Franca prevê produção estável de calçados em 2007

Ribeirão Preto - A indústria calçadista de Franca (SP) espera que a produção e o nível de emprego sejam estáveis em 2007 ante 2006, o que pode ser considerado um cenário otimista depois das quedas de 10,25% no quadro de funcionários e de 11,65% no número de pares comercializados, de 27,9 milhões para 24,65 milhões, no ano passado.

"Pode até haver uma melhora, mas a expectativa é de que não haverá mais demissões em 2007", afirmou o cauteloso Jorge Donadelli, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca). "Estamos aconselhando as indústrias a não aumentarem a produção", completou. Em 2006, 2.992 funcionários do setor foram demitidos na cidade paulista, um dos principais pólos produtores de calçados masculino do País.

As boas notícias devem vir do mercado interno, que tem expectativa de crescimento em maior ritmo do que o externo. As vendas no ano passado para os consumidores brasileiros caíram 2,36%, de 19,6 milhões em 2005 para 19,13 milhões de pares, redução considerada pequena se comparada aos 23,3% de redução nas vendas para o exterior, de acordo com o Sindifranca.

"Os pedidos para o mercado interno já começaram e algumas indústrias já estão trabalhando para atendê-los. Até mesmo compradores do exterior estão vindo para negócios", disse Donadelli ao se referir a um grupo equatoriano que visita Franca na próxima semana.

Mas a Couromoda, no próximo dia 15, em São Paulo (SP), e a feira de Las Vegas, em fevereiro, devem definir como se comportarão, respectivamente, os mercados interno e externo para o calçado brasileiro. "São as principais feiras do setor para nós e nelas são feitos os maiores pedidos", explicou Donadelli. A indústria calçadista de Franca possui 760 empresas e capacidade instalada de 37,2 milhões de pares, volumes inalterados em 2006.

Além das perspectivas de estabilidade para o mercado em 2007, a indústria calçadista de Franca prevê neste ano o início de reformulação na área de atuação, com a ampliação da produção de calçados femininos e infantis e ainda consolidar a criação do Arranjo Produtivo Local (APL).