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Economia
Quarta - 03 de Janeiro de 2007 às 07:28

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O volume de cheques devolvidos por falta de fundos no mês de novembro de 2006 cresceu 7,6% em comparação com o mês anterior. Segundo levantamento apresentado ontem (2) pela Serasa foram devolvidos 2,72 milhões de cheques no penúltimo mês do ano, o que corresponde a cerca de 19,8 cheques devolvidos a cada mil compensados.

Segundo Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa, o crescimento foi motivado principalmente por um descompasso orçamentário do consumidor e pela alta de vendas no mês de outubro.

“O consumidor gastou bastante em outubro, no Dia das Crianças. Houve um crescimento de 8,5% nas vendas desse mês. Nesse período, o consumidor aguardava também a segunda parcela do 13º salário. Então, houve um problema momentâneo, que resultou nesse aumento”, explicou, em entrevista à Agência Brasil.

Quando considerado o mês de novembro de 2006 em relação ao mesmo mês de 2005, a pesquisa aponta queda de 3,9% no volume de cheques devolvidos a cada mil compensados.

No acumulado de janeiro a novembro do ano passado, no entanto, houve aumento de 11,2% nas devoluções de cheques, comparando-as ao mesmo período de 2005.

Para Almeida, o ano de 2006 deve apresentar um acumulado de cheques devolvidos superior ao de 2005. “Vai ter mesmo uma inadimplência maior, mas isso é decorrente, sobretudo, da maior evolução do crédito. Ou seja, os brasileiros estão comprando mais, de forma parcelada, e também usando mais o cheque pré-datado”.

Segundo ele, apesar de as pesquisas terem apresentado aumento nas estatísticas de cheques devolvidos nos últimos meses, o índice de inadimplência com cheques ainda é baixo se comparado a outras formas de parcelamento e financiamento existentes no mercado.

No levantamento da Serasa, o estado de São Paulo apresentou o menor volume de cheques devolvidos: 16,2 a cada mil compensados no país. Roraima apresentou o maior volume, com 100,8 cheques devolvidos a cada mil compensados. “Nos estados onde há mais prática e cultura de crédito, há menor volume de inadimplência com cheques”.

Para Almeida, seria preciso que os estados com maior número de inadimplência adotassem os mesmos critérios dos demais para que o crédito pudesse ser expandido nessas regiões. “Expandir o crédito significa financiar produção, gerar emprego, gerar renda e aumentar o bem-estar da população”.

Ele alertou para que os consumidores fiquem atentos às despesas do começo do ano, tais como os pagamentos de IPTU, IPVA e de matrículas escolares, para que a inadimplência não cresça.

“Este ano vamos ter um reajuste maior desses impostos, inclusive com o seguro obrigatório com uma correção bem maior. Então, o consumidor ele deve estar atento a essas despesas, que são características de começo de ano, e ter muito cuidado ao se endividar a longo prazo”.

Segundo ele, a inadimplência mais alta significa que há um risco maior para se emprestar e o risco se traduz em taxa de juros. "É importante que o consumidor tenha educação financeira, ou seja, tome o crédito de uma forma mais racional, como também é importante que o comércio conceda o crédito com mais informação para que se evite o crescimento da inadimplência”.





Fonte: ABr

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