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Educação/Vestibular
Terça - 02 de Janeiro de 2007 às 07:23

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O Ministério da Educação acaba de abrir um concurso para selecionar 13 professores de Português, História, Geografia, Matemática, Biologia, Física e Química, entre outras disciplinas. Os escolhidos darão aulas durante um ano e receberão em dólar - US$ 1.100 por mês (cerca de R$ 2.350 no câmbio de hoje). Mas algumas exigências não estão explícitas no edital. Os interessados precisam ter espírito de aventura, estar dispostos a conviver com a pobreza, suportar viver 12 meses longe da família e dos amigos e saber que podem se encontrar, de uma hora para outra, no meio de um conflito armado.

O concurso aberto pelo MEC é para o Timor Leste, o pequeno país localizado entre a Austrália e a Indonésia, no outro lado do planeta. Em 2002, o Brasil assinou um convênio com o Timor pelo qual se comprometia a ajudar na reconstrução do sistema educacional do país. O principal problema dos timorenses é a língua. Embora seja um dos dois idiomas oficiais do país, o português é falado por pouco mais de 5% da população. O outro idioma oficial é o tétum.

O trabalho dos 13 brasileiros que serão selecionados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do MEC, basicamente será ensinar os professores e os universitários que serão professores a usar a língua portuguesa nas salas de aula. Trabalharão na maior parte do tempo na Universidade Nacional do Timor Lorosa’e, em Díli, a capital do país.

“Somente o Brasil e Portugal podem nos ajudar”, disse a ministra da Educação e Cultura do Timor Leste, Rosária Maria Corte-Real. “Com a vossa ajuda (dos brasileiros e portugueses), o português em nosso país está a andar para a frente, e não para trás. Isso é muito importante para nós.”

Formação

O apoio estrangeiro se mostra ainda mais importante diante da constatação de que, dos 5 mil professores do ensino primário (as seis primeiras séries), perto de 1.400 não têm nenhuma formação acadêmica, segundo uma pesquisa do timorense Agostinho Almeida, que acaba de terminar seu mestrado em Educação na Universidade de Brasília (UnB). Ele chegou ao Brasil há dois anos, sem saber quase nada de português. Agora, fluente e com título de pós-graduação, está prestes a retornar para o seu país. Seus estudos em Brasília foram custeados pelo convênio entre Brasil e Timor.

Esse será o segundo grupo brasileiro no Timor. O primeiro, com 47 professores, viajou para o pequeno país asiático - menor que o Estado de Sergipe - no começo de 2005 e ficaram 12 ou 24 meses. Para viajar, muitos professores terão de pedir demissão, o que significa que nem todos terão garantia de emprego imediato ao voltar para o Brasil. Os dólares pagos pela Capes são uma bolsa, e não um salário - não existe vínculo empregatício. E o valor da bolsa é apenas o suficiente para viver no país. “Mais que político, esse é um trabalho de solidariedade com o povo timorense”, explica Maria Luíza Pereira de Carvalho, a responsável pela execução do programa.

Informações

Os professores interessados em participar da missão brasileira no Timor devem enviar um e-mail para edital.cgci@capes.gov.br até as 18 horas do dia 12 solicitando a inscrição no concurso. Todas as informações estão no site da Capes (www.capes.gov.br). Em 2005, 13 mil professores disputaram as 47 vagas. A seleção é feita por análise de currículo e por entrevistas, em Brasília, onde os candidatos assistirão a palestras explicativas sobre o trabalho nas salas de aula timorenses. Além da bolsa de US$ 1.100, o governo brasileiro pagará as passagens aéreas de ida e volta, o seguro-saúde e os primeiros gastos com hospedagem.





Fonte: AE

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