Fronteira entre Argentina e Uruguai segue com bloqueios

As complicações para atravessar a fronteira entre a Argentina e o Uruguai continuaram durante as festas de fim de ano. Os ambientalistas e moradores argentinos de Gualeyguachú receberam 2007 em pleno bloqueio da ponte que liga o país à uruguaia Fray Bentos, onde está sendo construída a planta de celulose da finlandesa Botnia. "O bloqueio será mantido sempre, até que a fábrica seja transferida para outro lugar", disse Jorge Fritzler, um dos líderes do movimento contra a instalação de fábricas de celulose às margens do rio que divide os dois países.

Os manifestantes também passaram o Natal na rodovia 136, que une Gualeyguachú e Fray Bentos, onde receberam familiares e amigos para os brindes e até soltaram fogos de artifícios.

O bloqueio da principal ponte entre os dois vizinhos só é aberto para casos de emergência, explicou Fritzler. Os turistas que querem viajar ao Uruguai são obrigados a percorrer um trajeto adicional de 100 quilômetros ao Norte e atravessar a rodovia 135, entre Colón (Argentina) e Paysandú (Uruguai). Mas o movimento contra as fábricas também tem bloqueios programados para essa ponte em diferentes dias e horários. Outra alternativa para os turistas é a ponte sobre o dique da represa hidrelétrica de Salto Grande, entre Concórdia (Argentina) e Salto (Uruguai).

Os ambientalistas mais radicais defendem a realização amanhã de uma assembléia para decidir se bloqueiam também o porto de Buenos Aires, de onde partem os barcos para o Uruguai. Se o bloqueio das embarcações for realizado, o prejuízo para o turismo será grande. Diariamente, cerca de 5 mil argentinos viajam para o outro lado do Rio de la Plata. Com a chegada do verão, as viagens ao Uruguai tornam-se rotineiras para os argentinos e turistas estrangeiros que visitam o país. A viagem de barco de Buenos Aires para Montevidéu dura somente três horas. Até Colônia, o trajeto é de apenas uma hora. Para Punta del Este, são quatro horas.