Cid Ferreira toma posse no CE e anuncia secretários

Eleito com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva, Cid Ferreira Gomes (PSB) assumiu hoje o governo cearense. O novo governador do Ceará começou o dia participando de um ato ecumênico no Palácio da Abolição. Depois, tomou posse na Assembléia Legislativa. Em seguida, recebeu o cargo das mãos de Lúcio Alcântara (PSDB), no Palácio Iracema, sede administrativa do Estado.

Durante o ato ecumênico, Cid Gomes anunciou os dois nomes que faltavam para fechar seu secretariado. Roberto Monteiro, delegado da Polícia Federal em Pernambuco e representante da Interpol no Brasil, vai para a Secretaria de Segurança Pública. O coronel Francisco das Chagas Bezerra, para a Casa Militar.

A surpresa, no entanto, é a presença do PSDB na equipe com dois

representantes: o atual presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, Marcos Cals, na Secretaria de Justiça, e Bismarck Maia na Secretaria de Turismo. Ambos são aliados do presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Bismarck Maia foi um dos poucos candidatos cearenses a pedir votos para Geraldo Alckmin durante a campanha presidencial. Deputado federal, não conseguiu se reeleger. Para evitar maiores constrangimentos, ele avisou que vai pedir licença do partido.

Aos jornalistas, Cid Gomes fez questão de esclarecer que os dois tucanos foram chamados por seus trabalhos desempenhados na sociedade cearense e não por questões políticas. "Meu secretariado é composto por membros da base aliada. Esses dois não são indicações partidárias", garantiu. Presente no ato de posse, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), afirmou ter ficado "surpresa" e cobrou de Cals a mesma postura de Maia, ou seja, afastamento temporário do PSDB.

Desafio

Em seu discurso na Assembléia Legislativa, Cid Gomes classificou como um "desafio" assumir o governo do Estado, o oitavo do Brasil em população, mas 23º em renda per capita. Ele se comprometeu a governar em parceria com o governo federal e prometeu transferir a sede administrativa estadual uma vez por mês para a região Sul e Centro-Sul.

As três cerimônias - o ato ecumênico, a posse e a transmissão de cargo - contaram com a participação do deputado federal eleito Ciro Gomes (PSB), irmão de Cid, e também da ex-mulher dele, a senadora Patrícia Saboya (PSB). Vestindo um terno de linho branco e acompanhado pela atriz Patrícia Pillar, que usava rosa, Ciro evitou falar com os jornalistas. Ao ser perguntado se foi convidado pelo presidente Lula para assumir algum ministério, ele apenas sorriu.