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Economia
Domingo - 31 de Dezembro de 2006 às 15:15

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No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) emprestou, na média anual, R$ 42,6 bilhões. A cifra supera em 64,5% os R$ 25,9 bilhões desembolsados, em média, no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos primeiros quatro anos do governo FHC, os empréstimos somaram R$ 13,4 bilhões.

Corrigidos pelo IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), os valores já consideram a evolução da inflação. Para 2006, foi utilizada a previsão do banco de emprestar R$ 50 bilhões no cálculo da média anual. Até novembro, o banco havia desembolsado R$ 42 bilhões.

Os desembolsos aumentaram na esteira do orçamentos maiores do banco, com a expansão dos recursos do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador) e dos maiores retornos dos empréstimos.

Mas, apesar do crescimento dos desembolsos, o BNDES não conseguiu aumentar os empréstimos para o setor de infra-estrutura, escolhido a partir de 2005 como uma das prioridades do banco.

No primeiro mandato de FHC, a infra-estrutura recebeu 39,8% dos recursos, na média anual. No segundo, o percentual foi de 34%. Nos três primeiros anos de Lula, está em 35%. De janeiro a novembro de 2006, o percentual ficou de 32%.

Para estimular empréstimos ao setor, os "spreads" (diferença entre a taxa de captação e a do empréstimo, que remunera o banco) para projetos de infra-estrutura foram reduzidos de até 3% acima da TJLP (atualmente em 6,85% ao ano) para de zero a 1,5% além da taxa. Também foram diminuídas as taxas para bens de capital e investimentos em inovação, outras prioridades do banco.

"O resultado final do desembolso não expressa uma prioridade do banco. Isso porque o BNDES, diferentemente do que às vezes se imagina, não escolhe os projetos. Depende da demanda", disse à Folha o presidente do BNDES, Demian Fiocca.

Já a indústria ficou, na média anual, com 46% dos empréstimos do BNDES nos três primeiros anos do governo Lula. O percentual subiu para 54% de janeiro a novembro deste ano. No segundo mandato de FHC, era de 47,6%.

Para Fiocca, o crescimento dos desembolsos da indústria reflete "especialmente o ciclo de grandes investimentos que o Brasil entrou em 2004." Ele citou os empréstimos recordes aprovados neste ano à Suzano (R$ 2,4 bilhões), à Klabin (R$ 1,7 bilhões) e à CST (R$ 719 milhões). No setor de infra-estrutura, o presidente do banco estatal destacou o financiamento à ferrovia Transnordestina, um projeto controlado pela CSN. Foram R$ 500 milhões, com "spread" zero por se tratar de ferrovia e estar no Nordeste.

Fiocca afirmou que "o BNDES não sofreu escassez de recursos". Neste ano, o banco tinha um orçamento de R$ 60 bilhões.

"Para todos os projetos que se viabilizaram, o banco teve recursos e emprestou-os. Não tirou de nenhum lugar para colocar em outro", disse Fiocca.

Otimismo ao final do ano

Depois de um primeiro trimestre muito fraco (queda de 28%), os desembolsos do BNDES reagiram e cresceram 5% no acumulado de janeiro a novembro.

Segundo Fiocca, os primeiros dados de dezembro o deixaram otimista e ele passou a acreditar que a previsão de emprestar R$ 50 bilhões em 2005 será superada.

"As primeiras indicações para dezembro são otimistas. Vamos superar a previsão de 5% de crescimento em relação ao desembolsos de 2005". No ano passado, o BNDES emprestou R$ 47 bilhões.





Fonte: FOL

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