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Internacional
Domingo - 31 de Dezembro de 2006 às 11:24

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O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein, enforcado no sábado por crimes contra a humanidade, foi enterrado neste domingo no mesmo lugar onde nasceu há 69 anos. Em uma cerimônia com a presença de poucas pessoas em Awja, na região de Tikrit, ao norte de Bagdá, Saddam foi enterrado em um terreno de sua família.

No mesmo local, também estão enterrados os corpos dos filhos de Saddam, Uday e Qusay, mortos por tropas americanas em 2003.

O corpo de Saddam teria seguido para Awja, poucas horas depois de sua execução, a bordo de uma aeronave americana, e sido entregue a líderes do clã local para o enterro.

"Saddam Hussein foi enterrado hoje às 4h (23h de sábado, no horário de Brasília) em um lugar construído durante o seu governo no centro de Awja", disse Musa Faraj, parente do ex-presidente iraquiano, à agência de notícias AFP.

O governo iraquiano tem dado sinais de que não se incomoda com a possibilidade de que o túmulo de Saddam se torne um local de peregrinação política.

Ministros iraquianos dizem acreditar que a influência prática de Saddam no Iraque chegou definitivamente ao fim com sua execução.

Toque de recolher

O anúncio da morte de Saddam causou cenas de festa em Cidade Sadr, reduto xiita de Bagdá, onde pessoas dançaram nas ruas e tocaram as buzinas de seus carros. Cenas semelhantes também foram registradas em Basra e Najaf.

Mas em Tikrit, onde um toque de recolher foi imposto, a execução provocou protestos de admiradores de Saddam. O mesmo ocorreu em Samarra e Ramadi.

Horas depois da execução, pelo menos 31 pessoas foram mortas quando um carro-bomba explodiu em um mercado na cidade de Kufa, no sul do Iraque.

Um homem que a polícia disse ter saído do veículo antes da explosão foi morto por um grupo de pessoas revoltadas com o atentado.

Mais tarde, pelo menos 37 pessoas morreram e 76 ficaram feridas em duas explosões no distrito de Hurriya, em Bagdá.

O primeiro-ministro do Iraque, Nouri Maliki, disse que a execução de Saddam encerrou um capítulo obscuro da história do país.

"A Justiça, em nome do povo, cumpriu a sentença de morte contra o criminoso Saddam, que enfrentou seu destino como todos os tiranos, amedrontado e assustado durante um dia duro, que ele não esperava", afirmou Maliki, em um comunicado.

O presidente americano, George W. Bush, descreveu a execução como "um importante marco" para a construção de uma democracia iraquiana. Bush reconheceu, no entanto, que a morte de Saddam não vai acabar com a violência no país.





Fonte: BBC Brasil

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