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Internacional
Sábado - 30 de Dezembro de 2006 às 22:51

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Para ativistas contra a pena de morte, a execução de Saddam Hussein por carrascos mascarados mostrou a crueldade da pena de morte. Para outros, foi um final merecido para um homem que nunca hesitou em mandar matar seus opositores.

"A pena de morte é sempre uma notícia trágica, uma razão para tristeza, mesmo quando se trata de uma pessoa culpada de crimes graves", disse um porta-voz do Vaticano.

O presidente norte-americano, George W. Bush, que como governador do Texas permitiu a execução de muitos criminosos, chamou o enforcamento do ex-presidente iraquiano de "um passo importante para o Iraque na direção da democracia".

Mas para os aliados de Bush na Europa, onde a pena de morte não existe, a execução foi um evento embaraçoso de se presenciar.

"Não se combate barbaridade com atos que consideramos bárbaros", disse Louis Michel, membro da Comissão Européia e, como ex-ministro das Relações Exteriores da Bélgica, crítico veemente da invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos.

"A pena de morte é contrária aos valores da União Européia ... independentemente dos crimes cometidos por Saddam Hussein — e ele cometeu crimes horríveis."

O comissário de Justiça, Liberdade e Segurança da UE, Franco Frattini, chamou Saddam de "um ditador horrível, comparável a Hitler", mas disse que é um erro transformá-lo em um mártir e insistiu que o Ocidente tem o dever de defender os direitos humanos.

"Quando combatemos o fundamentalismo e o terrorismo, quando pedimos que imãs combatam aqueles que desrespeitam a vida, nós europeus temos que mostrar coerência", disse ele ao jornal italiano Repubblica.

Mesmo que todos os países da União Européia se oponham à pena de morte, figuras centrais da região deixaram claro que sua postura não significava um perdão a Saddam nem uma crítica à política iraquiana.

A Grã-Bretanha, aliada de Washington no Iraque, disse que, embora se oponha à pena de morte, o Iraque é soberano em sua decisão de aplicá-la.

A França, que se opôs à invasão do Iraque, disse em declaração que "tomou nota" da execução, mas frisou sua oposição à pena de morte.

A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, disse: "Respeitamos a decisão, mas é sabido que o governo alemão se opõe à pena capital. Mas em um dia como este, meus pensamentos estão principalmente com as vítimas inocentes de Saddam Hussein."

A Anistia Internacional disse que a execução é errada por princípio, e, neste caso, é errada porque o julgamento de Saddam teve problemas.

"Não apenas a pena de morte é uma violação ao direito à vida, mas esta pena de morte extrema foi imposta depois de um julgamento injusto", disse o porta-voz da entidade em Londres, James Dyson.

Aqueles que apoiaram a execução de Saddam esperam que sua morte encerre um capítulo doloroso da história iraquiana, enquanto grupos contrários à pena de morte afirmam que a execução poderá trazer mais instabilidade e violência ao país.





Fonte: EFE

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