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Internacional
Sábado - 30 de Dezembro de 2006 às 19:34

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A Alemanha, que a partir deste 1º de janeiro assume a presidência do Conselho da União Européia, quer aproveitar a oportunidade para reforçar o peso do Velho Continente no plano internacional.

A chanceler Angela Merkel é particularmente ambiciosa em relação ao Oriente Médio, região que pretende visitar no início de fevereiro. O Quarteto Internacional (Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU) sobre o Oriente Médio deve ser "revitalizado e, neste domínio, a União Européia tem um papel ativo a desempenhar", declarou Merkel recentemente.

Berlim, que participa desde setembro de sua primeira intervenção armada no Oriente Médio desde 1945 como parte da Finul ampliada, envolve-se cada vez mais na região, onde o chefe da diplomacia alemã Frank-Walter Steinmeier multiplicou suas visitas este ano.

Ele não deixou de ir a Damasco em dezembro, seguindo o princípio de que todos os atores da região deveriam estar unidos no diálogo. Um desdobramento que não agrada no momento nem a Paris nem a Washington.

Berlim gostaria de ver o Quarteto se reunir a partir de janeiro, anunciou. De acordo com a revista Der Spiegel, o governo alemão reflete sobre a possibilidade de realizar esta reunião em Berlim, com uma eventual reunião entre o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert e o presidente palestino Mahmoud Abbas à margem.

Uma outra questão polêmica é a das relações entre a UE e Moscou, tensas por causa do embargo russo às importações de carne polonesa.

A Alemanha, que não deixa de sublinhar a importância estratégica da Rússia - sobretudo em matéria energética -, deseja um avanço nas negociações sobre uma nova parceria russo-européia, apesar do atual embargo do lado polonês.

Angela Merkel indicou recentemente que "ainda tem esperanças" de uma ratificação pela Rússia da ambiciosa Carta de energia que estabelece princípios de transparência, de reciprocidade e de segurança dos investimentos nas relações energéticas entre a UE e a Rússia.

No Kosovo, a Alemanha terá de se esforçar para conseguir uma posição comum dos 27 Estados-membros, enquanto a UE deve gradativamente substituir a Missão da ONU (Minuk), o que representará a mais importante missão civil da política européia de segurança e de defesa, que Berlim pretende reforçar.

O mediador da ONU, Martti Ahtisaari, deve reapresentar suas propostas sobre o estatuto final da província após as legislativas sérvias de 21 de janeiro.

É na presidência alemã que Bruxelas deverá enviar simultaneamente dois grupos táticos de intervenção rápida de 1.500 homens cada um, num prazo de duas semanas em caso de urgência.

A Alemanha quer definir uma política européia de vizinhança nas fronteiras orientais da UE (Ucrânia, Bielo-Rússia, Moldávia, Sul do Cáucaso), tema caro a Berlim no momento em que um eventual alargamento da UE até a Turquia coloca problemas.

"Paris e Berlim não conseguiram ir além de uma simples adição de seus interesses geopolíticos - a França na bacia do mediterrâneo, a Alemanha no Leste Europeu", estimou Martin Koopmann, da fundação alemã DGAP.

"Apresentar juntos, durante a presidência alemã, uma iniciativa para a reforma da política de vizinhança constituiria um verdadeiro valor agregado para a União, que tem todo o interesse de tornar essas relações com seus vizinhos diretos mais coerentes", acrescentou ele.





Fonte: AFP

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