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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quinta - 28 de Dezembro de 2006 às 22:53

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O aumento do investimento público em habitação ainda vai demorar alguns anos para reduzir a falta de moradia no país, avalia o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki. "O impacto de investimento na habitação leva, no mínimo, de um a dois anos para ter resultado completo uma vez que entre o financiamento de uma nova unidade habitacional e a efetiva construção e habitação dessa unidade, teremos sempre um período grande que pode variar até mais do que dois anos. O impacto não cessa no primeiro momento do investimento", avalia. "Uma política continuada vai gerar impacto em 2010 porque o problema habitacional é complexo e os resultados não aparecem em um prazo muito curto".

Dados divulgados esta semana pelo Ministério das Cidades indicam que o investimento em habitação vem aumentando e deve bater recorde este ano, alcançando um valor toral de R$ 24 bilhões. Mesmo assim, dados da Fundação João Pinheiro, de Belo Horizonte, inficam que o déficit habitacional brasileiro subiu 23,4% desde 2004.

O simples aumento de investimento em habitação, segundo Nabil, também não significa necessariamente que vai haver redução do déficit habitacional. "Depende muito de para quem e para onde está indo o recurso". O problema, segundo ele, é que em grandes metrópoles, o custo da moradia é mais alto do que nos pequenos municípios.

"Se pegarmos os municípios menores, provavelmente o impacto deve ter sido grande porque é bem mais fácil produzir habitação nessas cidades que tem maior disponibilidade de terra. O custo é menor e os limites dos financiamentos, como são baixos, permitem que se financiem nesses lugares, mas não permitem que se financiem em outros, nas regiões metropolitanas, por exemplo. Na região metropolitana de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo, os financiamentos praticamente não conseguem dar conta de atender às necessidades de moradia".

Para Nabil, a expectativa é que o Plano Nacional de Habitação regionalize as demandas habitacionais e possa criar limites de financiamento compatíveis com o custo da habitação e a capacidade de pagamento da população nas diferentes regiões. "Está prevista na nova Política Nacional de Habitação a criação de grupos que tenham homogeneidade em relação à capacidade de aquisição de moradia e não grupos que sejam movidos com a renda familiar absoluta", esclareceu.

"Combinando região metropolitana com assentamentos precários e população de baixa renda temos o foco principal onde uma política urbana deve hoje se preocupar", comentou Nabil. O urbanista foi um dos coordenadores do Projeto Moradia, plano desenvolvido em 2000 pelo Instituto Cidadania que deu origem ao programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a área. Uma das propostas do projeto foi a criação da Ministério das Cidades, que ocorreu em 2003.





Fonte: Agência Brasil

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