Estudantes recusam pena de trabalho voluntário e abrirão processo contra o Estado

Os seis estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que foram detidos pela Polícia Militar (PM) no dia 07 deste mês irão à Corregedoria da PM, nesta quinta-feira (21), para abrir inquérito contra os policias que os agrediram. 

A abertura do processo interno deverá acionar o Estado como um dos responsáveis, pois “os policiais Alexssandro Marcondes Freitag, Edvandro de Oliveira Pereira Leite e Wittenberg Souza Maia, que abriram o processo contra os estudantes, agiam sob sua ordem, nas figuras do governador e da secretaria de Segurança Pública”. 

Nessa terça-feira (19), eles participaram de uma audiência de processo aberta pelos PMs envolvidos no caso. Na ocasião, os estudantes recusaram a proposta de uma transação penal de prestação de serviços. A medida trata-se de trabalho voluntário, em que dentro do período de cinco meses eles prestariam serviços, uma vez por semana, durante quatro horas diárias. A pena é para as acusados de resistência, perturbação ao trabalho e lesão corporal leve.

No entendimento dos alunos, eles é que são vítimas do procedimento criminal e não réus como estão sendo tratados no processo. Dessa maneira, houve a redesignação de nova audiência. 

Os alunos estavam acompanhados da advogada da Adufmat-S.Sind., Ione Ferreira Castro e professor da faculdade de Direito da UFMT, Henrique, enviado pela instituição, que tentou convencê-los a aceitar a pena proposta pela juíza. 
Um dos estudantes envolvido no caso, Sérvulo Neuberger, afirmou que existe a possibilidade de a pena ser até aumentada. 

A Adufmat considerou equivocado o tratamento dados aos estudantes que foram colocados como réus. “Os seis estudantes detidos pela Polícia Militar se encontraram em uma situação, no mínimo, absurda. Foram tratados como réus em um processo que os culpa por terem sido presos pela Ronda Ostensiva Tática Móvel (ROTAM) no dia 7 de março, quando faziam manifestação pacífica pelo direito à moradia”, lamentou.