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Nacional
Quinta - 28 de Dezembro de 2006 às 08:49
Por: Onofre Ribeiro

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O ano de 2006 termina e deixa uma sensação muito forte de transformações e de fim de uma era. Todos os anos, como é natural, nos sentimos aliviados com o começo do ano seguinte. Mas 2006 pareceu diferente. Muita coisa, mas muita coisa mesma, está mudando de maneira visível tanto na percepção nossa que vivemos em Mato Grosso, como do Brasil e do próprio mundo. Pretendo numa série de quatro artigos tentar abordar algumas dessas mudanças, com os olhos em 2007 e no futuro.

Comecemos por Mato Grosso.

Neste ano, que foi de eleições, tivemos no campo político algumas posições muito claras, com efeito imediato e de médio e longo prazos.

1- a reeleição do governador Blairo Maggi, dentro de um ambiente político morto. Sem concorrência razoável, o governador correu sozinho num terreno sempre marcado por disputa, por traições, por composições e por ambições. Claro que houve algumas ambições que nem merecem registro. Porém, neste momento ele é a única liderança política mato-grossense reconhecida como tal;

2- o quadro político resultante da reeleição, mostra-se empobrecido e amarelado. Nenhuma liderança nova digna de registro. A perda de espaço de algumas lideranças envelhecidas e enferrujadas. A retomada de um ou outro nome antigo, no vácuo da absoluta falta de opções. Poucos nomes novos com algum brilho;

3- a morte do ex-governador Dante de Oliveira, é um fato digno de registro, ainda que ele vivesse um período de ostracismo político. Mas, mesmo seu silêncio deixava a sensação de preocupação nos adversários. Capaz de uma enorme habilidade de articulação e de trânsito político, pagava um preço alto pela derrota de 2002, mas todos sabiam que não era uma liderança morta. Dante fora vítima de si mesmo. Eleito e reeleito governador, esbarrou na ânsia de mudanças das quais a maioria fora ele mesmo quem criara ao modernizar a máquina do Estado e abrir espaço para o crescimento econômico. Contudo, à parte de sua importância política, sua ausência enfraqueceu o debate político, pela falta de líderes capazes de polemizar a eleição. Parece claro que o espaço político que ele deixou será preenchido ao longo do tempo, mas sua importância será reconhecida e resgatada gradualmente. Pode-se dizer que a sentença que se seguiu à sua derrota em 2002, foi muito dura. Foi como se o sentenciassem por crime hediondo que não cometeu;

4- no quadro político geral do estado, não se vê nos municípios o surgimento de líderes representativos. A planície é desértica. Exceção do prefeito Wilson Santos, de Cuiabá, que terminou herdeiro do PSDB de Dante de Oliveira, e governa a capital que lhe dá enorme visibilidade, no mais, politicamente Mato Grosso empobreceu a olhos vistos;

5- o assunto continua amanhã.

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM





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