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Tumba de Tutancâmon pode ir para futuro cassino em Londres
Embora a lenda diga que Tutancâmon amaldiçoa quem ouse presenciar a abertura de sua tumba, o célebre faraó do Egito pode sucumbir agora diante de outro malefício mais moderno: o da Cúpula do Milênio, em Londres.
A cúpula, conhecida em inglês como Millennium Dome, é um imenso pavilhão construído às margens do rio Tâmisa e que deveria abrigar, em 2007, a exposição "Tutancâmon e a Era Dourada dos Faraós".
No entanto, o plano para que o local receba a mostra --serão mais de cem tesouros do sarcófago de Tutancâmon-- ficou em suspenso devido à intenção do dono do imóvel, o multimilionário americano Phillip Anschutz, de montar nesse lugar um cassino, ao estilo de Las Vegas, meca do jogo em seu país natal.
Anschutz, que deseja ser "anfitrião" do lendário faraó, espera obter no próximo mês a licença para abrir o estabelecimento em virtude de uma lei que libera o jogo no Reino Unido.
Mas matar esses dois coelhos de uma só vez não será tarefa fácil para o magnata. Segundo o secretário-geral do Conselho Supremo de Antigüidades do Egito, Zahi Hawass, a instalação da exposição em um cassino é um "insulto à dignidade" do rei Tut, como também é conhecido Tutancâmon.
"Se for aberto um cassino no local, não mandarei os objetos da mostra para Londres", ameaçou o secretário-geral em declarações publicadas no domingo pelo jornal britânico "The Sunday Times". "Estas antigüidades egípcias têm uma dignidade que deveríamos preservar", ressaltou Hawass.
A mostra, que atualmente viaja pelos Estados Unidos, chegará a Londres em novembro de 2007, 35 anos depois de a tumba de Tutancâmon ter sido exibida pela primeira vez no Museu Britânico.
"Tutancâmon e a Era Dourada dos Faraós" espera repetir o sucesso da exposição de 1972, que atraiu 1,7 milhão de visitantes e provocou filas de até oito horas.
O rei Tut, que reinou apenas durante uma década e cuja morte, aos 18 anos, continua sendo um mistério, fascinou o público desde que o arqueólogo britânico Howard Carter descobriu sua câmara funerária, em 1922, no vale dos Faraós (sul do Cairo).
A descoberta teve ainda mais repercussão devido à morte, em circunstâncias estranhas, de algumas das pessoas que, junto com Carter, entraram na sepultura --entre elas seu benfeitor, lorde Carnarvon. As mortes suscitaram a lenda de que uma maldição liquidaria quem se atrevesse a entrar na tumba de Tutancâmon.
Millenium Dome
Mais de 3.000 anos depois, o próprio faraó se deparou com outro malefício, o do Millenium Dome, que o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, mandou construir no bairro de Greenwich, por onde cruza o meridiano homônimo, para receber o novo século.
Apresentado por Blair como a grande homenagem britânica ao terceiro milênio, a cúpula, que custou quase 1,5 bilhão de euros (US$ 1,9 bilhão), parece ser, isso sim, um monumento ao fracasso.
Um ano após sua inauguração, em 1999, pela rainha Elizabeth 2ª, o local fechou por falta de visitantes e, apesar das várias injeções de verba à custa do erário, transformou-se em um edifício fantasma que Anschutz comprou em 2001.
A "maldição" da cúpula também acometeu vários ministros de Blair, como Peter Mandelson, atual comissário europeu de Comércio, que renunciou em 2001 após ter sido divulgada sua interferência na concessão de um passaporte ao empresário indiano Srichand Hinduja, que, na época, era um dos patrocinadores da obra.
O vice-premiê britânico, John Prescott, também esteve na corda bamba por ter se hospedado no rancho de Anschutz, que o presenteou com um traje de vaqueiro enquanto o departamento do convidado supervisionava projetos de recuperação em Greenwich.
Seja como for, o futuro do Millenium Dome agora é debatido entre a glória eterna de Tutancâmon e sua conversão em um cassino.
A oposição dos guardiães do rei Tut ao estabelecimento lúdico parece ser paradoxal, já que a história do jogo, segundo alguns especialistas, começou no Egito Antigo --foram encontrados dados que datam do ano 1.500 a.C.
A cúpula, conhecida em inglês como Millennium Dome, é um imenso pavilhão construído às margens do rio Tâmisa e que deveria abrigar, em 2007, a exposição "Tutancâmon e a Era Dourada dos Faraós".
No entanto, o plano para que o local receba a mostra --serão mais de cem tesouros do sarcófago de Tutancâmon-- ficou em suspenso devido à intenção do dono do imóvel, o multimilionário americano Phillip Anschutz, de montar nesse lugar um cassino, ao estilo de Las Vegas, meca do jogo em seu país natal.
Anschutz, que deseja ser "anfitrião" do lendário faraó, espera obter no próximo mês a licença para abrir o estabelecimento em virtude de uma lei que libera o jogo no Reino Unido.
Mas matar esses dois coelhos de uma só vez não será tarefa fácil para o magnata. Segundo o secretário-geral do Conselho Supremo de Antigüidades do Egito, Zahi Hawass, a instalação da exposição em um cassino é um "insulto à dignidade" do rei Tut, como também é conhecido Tutancâmon.
"Se for aberto um cassino no local, não mandarei os objetos da mostra para Londres", ameaçou o secretário-geral em declarações publicadas no domingo pelo jornal britânico "The Sunday Times". "Estas antigüidades egípcias têm uma dignidade que deveríamos preservar", ressaltou Hawass.
A mostra, que atualmente viaja pelos Estados Unidos, chegará a Londres em novembro de 2007, 35 anos depois de a tumba de Tutancâmon ter sido exibida pela primeira vez no Museu Britânico.
"Tutancâmon e a Era Dourada dos Faraós" espera repetir o sucesso da exposição de 1972, que atraiu 1,7 milhão de visitantes e provocou filas de até oito horas.
O rei Tut, que reinou apenas durante uma década e cuja morte, aos 18 anos, continua sendo um mistério, fascinou o público desde que o arqueólogo britânico Howard Carter descobriu sua câmara funerária, em 1922, no vale dos Faraós (sul do Cairo).
A descoberta teve ainda mais repercussão devido à morte, em circunstâncias estranhas, de algumas das pessoas que, junto com Carter, entraram na sepultura --entre elas seu benfeitor, lorde Carnarvon. As mortes suscitaram a lenda de que uma maldição liquidaria quem se atrevesse a entrar na tumba de Tutancâmon.
Millenium Dome
Mais de 3.000 anos depois, o próprio faraó se deparou com outro malefício, o do Millenium Dome, que o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, mandou construir no bairro de Greenwich, por onde cruza o meridiano homônimo, para receber o novo século.
Apresentado por Blair como a grande homenagem britânica ao terceiro milênio, a cúpula, que custou quase 1,5 bilhão de euros (US$ 1,9 bilhão), parece ser, isso sim, um monumento ao fracasso.
Um ano após sua inauguração, em 1999, pela rainha Elizabeth 2ª, o local fechou por falta de visitantes e, apesar das várias injeções de verba à custa do erário, transformou-se em um edifício fantasma que Anschutz comprou em 2001.
A "maldição" da cúpula também acometeu vários ministros de Blair, como Peter Mandelson, atual comissário europeu de Comércio, que renunciou em 2001 após ter sido divulgada sua interferência na concessão de um passaporte ao empresário indiano Srichand Hinduja, que, na época, era um dos patrocinadores da obra.
O vice-premiê britânico, John Prescott, também esteve na corda bamba por ter se hospedado no rancho de Anschutz, que o presenteou com um traje de vaqueiro enquanto o departamento do convidado supervisionava projetos de recuperação em Greenwich.
Seja como for, o futuro do Millenium Dome agora é debatido entre a glória eterna de Tutancâmon e sua conversão em um cassino.
A oposição dos guardiães do rei Tut ao estabelecimento lúdico parece ser paradoxal, já que a história do jogo, segundo alguns especialistas, começou no Egito Antigo --foram encontrados dados que datam do ano 1.500 a.C.
Fonte:
Folha Online
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/251964/visualizar/
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