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Quarta - 20 de Março de 2013 às 07:53
Por: GUSTAVO NASCIMENTO

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As 2,5 mil bocas-de-lobo da Capital não foram suficientes para drenar a maior chuva do ano em Cuiabá, aproximadamente 127 milímetros, conforme dados da prefeitura de Cuiabá. O problema foi agravado pelo sistema de esgoto defasado e pelo irregular uso e ocupação do solo, que impermeabilizou quase que a totalidade do município. 

Os estragos da última segunda-feira (18) ainda estão sendo contabilizados. Mais de 230 famílias dos bairros Parque Geórgia, Cohab São Gonçalo, Parque Atalaia, Jardim Vitória, 1º de Março, Porto, São João Del Rey, e dos residenciais Morro de Santo Antônio e Coxipó sofreram com o temporal que alagou ruas, casas e até mesmo escolas. 

Para o engenheiro sanitário especializado em hidráulica e saneamento pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em desenvolvimento regional pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rubem Mauro Pala de Moura, Cuiabá sofre por conta da ocupação desordenada do solo. “O problema vem de mais de 300 anos de ocupação irregular. Estamos usando áreas que a natureza destinou para o escoamento da água e isso sempre nos custa caro.” 

Segundo Moura, as galerias fluviais e o sistema de esgoto de Cuiabá foram projetados muito antes de cenários como o aquecimento global, que aumenta a incidência de chuvas em até 20%, e o crescimento da cidade. “O nosso sistema é completamente defasado. O solo de Cuiabá está cada vez mais impermeabilizado, não existem mais os grandes quintais para absorver a água da chuva”, afirmou. 

O engenheiro aponta que a solução para Cuiabá existe apesar dos custos que teria para a população e para administração do município. “Cerca de 80% da rede de esgoto não é separadora absoluto, ou seja, vai lixo e água pela mesma via. Isso aumenta o entupimento das vias e o risco de doenças. As únicas opções seriam canalizar os córregos ou tirar as pessoas das áreas de influência”. 

De acordo com a Defesa Civil Municipal, desde a tarde de segunda-feira, equipes estão em campo para atender aos necessitados. Um grupo de assistentes sociais foi designado para visitar as residências e levar colchões e alimentos. 

Segundo o coordenador da Defesa Civil, Oscar Amélito, a defesa também está distribuindo hipoclorito de sódio para a desinfecção dos imóveis por conta do risco de doenças. “Essa água está completamente contaminada e isto é uma das nossas principais preocupações. Nós também estamos pedindo para que algumas pessoas que moram em áreas de risco fiquem alojadas em casas de amigos ou parentes pelos próximos dias por conta do risco de novos incidentes”, afirmou. 




Fonte: Do DC

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