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Segunda - 09 de Dezembro de 2013 às 19:56
Por: Alexandre Alves

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Fazenda Buriti, em Chapado dos Guimarães, foi arrematada por Kleverson Scheffer em um leilão
Fazenda Buriti, em Chapado dos Guimarães, foi arrematada por Kleverson Scheffer em um leilão
O produtor rural Kleverson Scheffer, filho do “Rei da Soja”, Eraí Maggi, arrematou a Fazenda Buriti, situada entre Chapada dos Guimarães e Campo Verde, que até então era de propriedade da massa falida das Fazendas Reunidas Boi Gordo. 


 
O leilão da propriedade de 1.085 hectares foi realizado nesta segunda-feira, na Casa de Portugal, em São Paulo. Kleverson, que já era arrendatário da fazenda, deu lance de R$ 15 milhões, gerando quase 40% de ágio em cima do preço mínimo de R$ 11 mi. 


 
O comprador pagou 20% à vista (R$ 3 mi), a título de sinal, e o saldo em 12 parcelas mensais e consecutivas corrigidas pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), acrescidas de juros simples de 1% ao mês.


 
Kleverson já plantava soja e milho na propriedade desde 2008, quando arrendou a área da massa falida. Naquele ano, uma análise de mercado feito por uma consultoria avaliou a área em R$ 8.1 milhões. Conforme fontes de Agroolhar, com a boa produtividade da área a família passou a ter interesse em comprar o imóvel rural. 


 
Outras seis fazendas da Boi Gordo, avaliadas em cerca de R$ 80 milhões, irão a leilão no começo de 2014. O dinheiro obtido com a venda das fazendas será utilizado para o pagamento dos credores das empresas falidas do grupo Boi Gordo. 



Sobre a Fazendas Reunidas Boi Gordo S/A


 
A Boi Gordo afundou com dívidas de R$ 2,2 bilhões. Os quase 30 mil investidores conseguirão reaver apenas uma parte do dinheiro que aplicaram. Atualmente, a massa falida tem em caixa aproximadamente R$ 50 milhões como produto do arrendamento de propriedades e da venda de outras fazendas. Com a venda das demais propriedades, estima-se que se possa obter um valor superior a R$ 400 milhões. Os credores trabalhistas e fiscais têm preferência no pagamento e possuem créditos que podem superar R$ 150 milhões.


 
O pagamento dos credores trabalhistas deverá ser feito no primeiro semestre de 2014 e dos demais credores após os próximos leilões, em percentual, maior ou menor, dependerá do valor que vier a ser arrecadado com a venda das fazendas remanescentes e não deverá ocorrer antes de 2015.


 
A empresa oferecia aos investidores contratos de investimento que prometiam retorno de 42% em 18 meses. Os ganhos viriam tanto da engorda do boi para abate quanto do crescimento de bezerros. Mais tarde descobriu-se que a empresa funcionava como uma pirâmide, pagando os contratos vencidos com o dinheiro da entrada de novos investidores. Os rendimentos oferecidos não refletiam o lucro com a atividade pecuária. Quando os saques superaram os investimentos, a pirâmide desmoronou. 


 
A notícia de que o negócio não ia bem se espalhou e milhares de clientes resgataram o dinheiro. A Boi Gordo declarou ter 100 mil cabeças de gado no pasto, mas deveria ter pelo menos dez vezes mais, de acordo com os valores recebidos dos investidores. A situação ficou insustentável e, em 2001, entrou em concordata e foi vendida para os grupos Golin e Sperafico no final de 2003, tendo a falência decretada pela Justiça em 2004 e os seus efeitos estendidos para as demais empresas do grupo e para o seu administrador em 2006, informa a assessoria da massa falida.





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