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Domingo - 24 de Dezembro de 2006 às 14:35

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Duas frentes de investigações tentam descobrir os motivos pelos quais um tenente da Polícia Militar que exerce função no batalhão de guarda da Unidade Prisional Pascoal Ramos, maior penitenciária de Mato Grosso, fora seqüestrado e torturado por ao menos 20 horas entre a noite de quinta e o dia todo de sexta-feira passada.

O chefe do Comando Regional I da Polícia Militar, coronel Gilson Farid, disse neste domingo de manhã ao MidiaNews que ainda vê com reservas a versão do oficial que teria sido seqüestrado e torturado.

Farid descartou a possibilidade de o crime ter ligação com a função do militar, cuja missão é agir na segurança externa da penitenciária, local que abriga ao menos 400 condenados.

Contudo, o coronel determinou que o caso fosse apurado pelo setor de inteligência da Polícia Militar. O suposto seqüestro é investigado também por policiais civis.

A VERSÃO

Pelo histórico narrado pelo tenente, ele fora dominado por volta das 23h30 por homens que ocupavam um Monza de cor cinza. O oficial disse que manobrava sua motocicleta em uma via próxima ao bairro Morada do Ouro, onde reside. O veículo se aproximou e o tenente foi agarrado.

Um dos homens que ocupava o Monza tomou a motocicleta e um outro forçou o militar a entrar no banco traseiro do veículo. Depois, os supostos bandidos teriam levado o tenente até um matagal situado nos arredores da ponte Sérgio Motta, obra erguida sobre o rio Cuiabá e que separa a capital mato-grossense do município de Várzea Grande.

Versão do tenente assegura que ele fora amarrado a uma árvore e os bandidos o espancaram até que o oficial ficasse desacordado.

O tenente que atua no batalhão de guarda externa da penitenciária teria sido castigado com sessões de afogamentos e ainda torturas psicológicas, embora ainda não tenha dito de que modo isso teria ocorrido.

Tais torturas teriam acontecido das 23h30 de quinta até a noite de sexta-feira, quando o oficial disse ter escapado do cerco dos bandidos e pedido ajuda de um motorista que trafegava perto do matagal em que era mantido refém.

A CAUTELA

O coronel Gilson Faid, um dos comandantes da Polícia Militar mato-grossense, disse que desconfia de alguns pontos do depoimento do militar. “Não batem, vamos aguardar as investigações, ai sim, posso assegurar o que realmente aconteceu. Tenho quase certeza que o episódio nada tem a ver com o desempenho da função do tenente”.

O coronel disse ainda que o oficial supostamente seqüestrado, aparecia na lista dos plantonistas escalados para atuar na segurança da penitenciária, na sexta-feira. Ele não compareceu ao trabalho e sua mãe, antes de o oficial ter escapado dos bandidos, havia registrado o sumiço do filho na Polícia Civil.

“Pelos meios legais uma pessoa é considerada desaparecida após um período de ao menos 24 horas. E o registro na polícia ocorreu antes desse prazo. É por isso que devo esperar a apuração. Estou aguardando o resultado do exame de corpo delito (procedimento que deve acusar se realmente houve a tortura e que vai apontar os sinais da violência) para depois seguirmos na apuração”, avisou o coronel.





Fonte: Midia News

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