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Polícia Brasil
Domingo - 24 de Dezembro de 2006 às 09:06
Por: Adilson Rosa

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Menino, hospitalizado em estado grave por ter levado diversas facadas, é acusado de matar duas pessoas, crimes pelos quais ficou conhecido como “justiceirinho”.

A precocidade no mundo do crime na Grande Cuiabá faz surgir situações até então inimagináveis. A polícia descobriu, no início do mês, que um adolescente de apenas 12 anos é responsável pelo assassinato de dois rapazes no bairro Mapim, em Várzea Grande.

Até junho, ele era um adolescente como qualquer outro e, inclusive, ajudava nos afazeres da loja do tio. Sua vida, porém, se transformou ao ter contato com traficantes.

A partir daí, tornou-se viciado e se transformou numa mistura de justiceiro (porque executou um rapaz suspeito de furto no bairro e que nunca era detido) e pistoleiro (agindo a mando de outra pessoa). Desde então, é conhecido entre os policiais como “justiceirinho”.

“Quem conhece o menino não diria tudo isso (em relação aos crimes). Tem físico de um menino de no máximo 14 anos. Tem a mentalidade de uma criança”, observa um vizinho.

O último assassinato ocorreu no dia 6 deste mês, mas o “reinado” do justiceirinho durou pouco. Dois dias depois, o garoto levou o troco. Foi cercado por criminosos que acertaram 35 facadas por todo o seu corpo e ainda atiraram três vezes na cabeça. O garoto sobreviveu e está internado em estado grave em um hospital de Cuiabá. Os familiares, ouvidos pela reportagem, negam que o garoto tenha envolvimento com o crime.

A primeira vítima, feita no final de novembro - o jovem Leandro Campos da Costa, de 21 anos, - teria arrombado a casa de um amigo do justiceirinho. Ele ficou zangado e comentou com o garoto. Combinou com o amigo para acertar as contas com Leandro. O amigo pegou uma motocicleta emprestada e entregou um revólver na mão do garoto. Ao passar próximo de Leandro, acertou vários tiros, suficientes para executá-lo.

No início de dezembro, o justiceirinho foi acusado de abater com seis tiros o vendedor Sigmar Luiz Sandri, de 30 anos. As investigações apontam para um crime a mando de um traficante do bairro. Sigmar foi executar próximo do campo do ponteiro, região apontada pela polícia como o lugar onde funcionam várias bocas-de-fumo.

A idade do garoto impressionou policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acostumados a investigar mais de 400 assassinatos anualmente. “É uma criança. Doze anos ainda é uma criança”, comenta a chefe de operações, Aparecida Behmer.

Embora suspeito dos crimes, o garoto não pode ser ouvido porque está em estado grave. Os policiais disseram que até chegar ao adolescente ouvindo testemunhas, ele já havia sido baleado. “Ainda não podemos ouvir a versão do menino, mas as provas são suficientes para comprovar a sua participação nos crimes”.

O garoto está internado na UTI de um hospital de Cuiabá, após ter sido transferido do Pronto-Socorro de Várzea Grande (PSVG). O estado de saúde dele é grave e corre risco de morrer sem poder se defender e explicar os crimes.





Fonte: Diário de Cuiabá

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