Para governo, mínimo de R$ 380 garante apoio de centrais
A idéia de um acordo de paz com as centrais ao fechar uma regra de correção do mínimo para o longo prazo, defendida pelo ministro Luiz Marinho (Trabalho), foi decisiva para convencer Lula a deixar de lado as recomendações da equipe econômica para promover um reajuste menor e atenuar o aumento dos gastos permanentes.
Além disso, segundo a Folha apurou, pesou outra argumentação apresentada por Marinho: o fato de a medida reforçar a popularidade do presidente entre os mais pobres, a base de sustentação política de Lula e determinante para sua reeleição.
Avaliações dentro do governo são as de que, como o salário mínimo tem repercussão importante nas cidades menores, Lula poderá colher dividendos políticos na disputa municipal de 2008.
O presidente vinha insistindo em que os ministros chegassem a um consenso com as centrais. Segundo seus interlocutores, ele ficou 'encantado' com os resultados do acordo feito neste ano entre o governo e representantes de aposentados e pensionistas.
Graças a esse entendimento, sindicalistas defenderam a proposta de um aumento de 5% nos benefícios previdenciários superiores ao salário mínimo, enquanto setores do Congresso apoiavam o índice de 16,7%.
A nova política do salário mínimo, no entanto, representa também um risco político para o governo. Isso porque o mínimo a ser pago a partir de 2008 será corrigido com base no crescimento da economia deste ano, algo próximo a apenas 2,8%.
Se, no ano que vem, o nível de atividade não subir de forma mais acelerada, como vem pregando a equipe econômica, o governo poderá enfrentar novo embate com as centrais. O ministro Guido Mantega (Fazenda) aposta que o acordo prevalecerá e não haverá mais essa disputa.
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