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Economia
Sexta - 22 de Dezembro de 2006 às 09:01

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O gasto adicional de R$ 850 milhões com a decisão de elevar o salário mínimo para R$ 380 em 2007, em vez dos R$ 375 previstos no Orçamento, é encarado pelo governo como o preço para garantir o apoio das centrais sindicais no segundo mandato do presidente Luiz Inácio da Silva e acabar com o desgaste político que se repete todos os anos em torno do reajuste do mínimo.

A idéia de um acordo de paz com as centrais ao fechar uma regra de correção do mínimo para o longo prazo, defendida pelo ministro Luiz Marinho (Trabalho), foi decisiva para convencer Lula a deixar de lado as recomendações da equipe econômica para promover um reajuste menor e atenuar o aumento dos gastos permanentes.

Além disso, segundo a Folha apurou, pesou outra argumentação apresentada por Marinho: o fato de a medida reforçar a popularidade do presidente entre os mais pobres, a base de sustentação política de Lula e determinante para sua reeleição.

Avaliações dentro do governo são as de que, como o salário mínimo tem repercussão importante nas cidades menores, Lula poderá colher dividendos políticos na disputa municipal de 2008.

O presidente vinha insistindo em que os ministros chegassem a um consenso com as centrais. Segundo seus interlocutores, ele ficou 'encantado' com os resultados do acordo feito neste ano entre o governo e representantes de aposentados e pensionistas.

Graças a esse entendimento, sindicalistas defenderam a proposta de um aumento de 5% nos benefícios previdenciários superiores ao salário mínimo, enquanto setores do Congresso apoiavam o índice de 16,7%.

A nova política do salário mínimo, no entanto, representa também um risco político para o governo. Isso porque o mínimo a ser pago a partir de 2008 será corrigido com base no crescimento da economia deste ano, algo próximo a apenas 2,8%.

Se, no ano que vem, o nível de atividade não subir de forma mais acelerada, como vem pregando a equipe econômica, o governo poderá enfrentar novo embate com as centrais. O ministro Guido Mantega (Fazenda) aposta que o acordo prevalecerá e não haverá mais essa disputa.





Fonte: Folha Online

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