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Economia
Quinta - 21 de Dezembro de 2006 às 07:59

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Não há crise para quem vende computadores baratos neste fim de ano, com pagamento parcelado em prestações inferiores a R$ 50. Há redes varejistas que triplicaram as vendas do equipamento neste mês em relação a dezembro de 2005. Também os volumes comercializados da indústria para o comércio devem atingir níveis recordes neste último trimestre.

Pesquisa da consultoria IDC aponta que 2 milhões de computadores serão vendidos entre outubro e dezembro deste ano, levando-se em conta o mercado formal e informal. São 500 mil unidades a mais do que no mesmo período de 2005.

"É quase um volume equivalente ao que foi comercializado durante todo o ano de 2003", diz o analista do mercado de Informática do IDC, Reinaldo Sakis. Dos 2 milhões de computadores, 1,8 milhão são equipamentos de mesa (desktops) e 200 mil, computadores portáteis (notebooks). Em 2005 inteiro foram vendidos 275 mil notebooks.

Para chegar a esses números, a consultoria, especializada em Tecnologia da Informação, ouviu cerca de 30 fabricantes e 10 grandes redes varejistas. Se a previsão de vendas para este trimestre se confirmar, a indústria fechará o ano com volume recorde de vendas de 7,1 milhões de computadores. O acréscimo é de quase 30% em relação a 2005, segundo as projeções da consultoria. De janeiro a outubro foram vendidos 4,963 milhões de computadores, 4,6 milhões de desktops e 363 mil notebooks.

Uma conjugação favorável de fatores levou a um boom no setor. Sakis aponta a valorização do real em relação ao dólar, que tornou mais barato o equipamento, montado com uma boa parcela de componentes importados. Também as isenções tributárias contribuíram para o achatamento nos preços. Na média, entre computadores de mesa e portáteis, as cotações do produto em reais estão hoje entre 30% e 40% menores na comparação com dezembro do ano passado.

Finalmente, diz o analista, o alongamento dos prazos de pagamento para 24 meses deu o empurrão que faltava para que a prestação ficasse abaixo de R$ 50. "Com isso, foi possível atingir a classe social que nunca comprou computador", afirma Sakis.

O Ponto Frio, por exemplo, começou a vender esta semana na sua megastore, em São Paulo, computadores de mesa parcelados em 24 vezes com prestação de R$ 49,90.

A liderança das vendas do equipamento é confirmada pelas Casas Bahia. Entre microcomputadores e notebooks, a rede já vendeu até novembro 230 mil peças, ante 112 mil em igual período de 2005.

"Cerca de 70% das nossas vendas são para pessoas que estão adquirindo computador pela primeira vez", afirma o gerente de Compras do Núcleo de Tecnologia do Magazine Luiza, Marcelo Rodrigues Neves. As vendas de computadores em geral aumentaram em faturamento 220% este mês, na comparação com dezembro de 2005.

Metade das vendas feitas pela rede em dezembro são de computadores mais baratos, dentro do programa do governo "Computador para todos", que tem subsídios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Neves conta que a fatia do computador popular representou 85% das vendas em dezembro do ano passado. À vista, esse equipamento sai por R$ 1.076. Ele também pode ser financiado em 25 prestações de R$ 59,90.

Neves acrescenta que, além do equipamento popular de mesa, cresceu a proporção de consumidores que estão adquirindo computadores portáteis. "Hoje o notebook representa 30% das nossas vendas."

No Carrefour, por exemplo, as vendas de notebooks este mês cresceram 400% na comparação com o mesmo período do ano passado. "Temos o notebook mais barato do mercado", diz o diretor de Eletro do Carrefour, Vanderlei Marafon. Vindo da Tailândia e montado na Zona Franca de Manaus (AM), o equipamento custa R$ 1.737.

Entre computadores de mesa e portáteis, as vendas da rede cresceram este mês 200% ante dezembro de 2005. "Mas vamos ultrapassar essa taxa", prevê Marafon. Com isso, os itens de informática que representavam 10% do faturamento, agora respondem por 18%.

Mercado cinza

A isenção de impostos contribuiu para reduzir o preço do produto e acabou reduzindo a informalidade no setor. De acordo com o IDC, o mercado informal deve responder por metade das vendas neste ano. No ano passado, a fatia dos produtos informais estava em 68%. "A perspectiva é de que o mercado oficial ultrapasse o cinza no curto prazo", diz Sakis.





Fonte: AE

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