Cresce o número de casais sem filhos, diz IBGE

A Síntese dos Indicadores Sociais 2006, elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta para um aumento no número de casais sem filhos no país.

O fenômeno ocorre tanto no caso de famílias chefiadas por mulheres, quanto em famílias em que os homens são a referência.

Mais presente no mercado de trabalho e com maior nível de escolaridade, as mulheres têm optado por ter menos filhos. No caso de famílias comandadas por mulheres, houve aumento de 3,5 pontos percentuais nos casais sem filhos entre 1995 e 2005.

No caso da chefia masculina, os casais sem filhos experimentaram um aumento de 3,4 pontos percentuais em dez anos.

O percentual de casais com filhos caiu de 63,7% em 1995 para 53,3% em 2005. Na região Nordeste, esses casais sofreram uma redução de 57,7% para 51,3%. Já no Sudeste, o percentual caiu de 56,6% para 48,5%.

Segundo o instituto, o aumento de casais sem filhos pode ser explicado pelo simples adiamento na decisão de ter filhos ou pela opção de não tê-los.

O estudo captou ainda um aumento das famílias compostas por filhos maiores de 14 anos, que apresentou um aumento de 4,4 pontos percentuais no período.

Segundo o IBGE, isto ocorre porque há um crescimento no número de filhos que permanecem na casa dos pais, muitas vezes por motivos financeiros.

Mães adolescentes

Por outro lado, a pesquisa constata um aumento na proporção de meninas de 15 a 17 anos com filhos. Em 2004, a proporção de adolescentes nessa fase que já tiveram filhos vivos era de 6,8%. Em 2005, esse percentual tinha subido para 7,1%.

A pesquisa aponta ainda uma mudança de comportamento no arranjo familiar em dez anos. A chefia feminina que era de 22,9% em 1995 passou para 30,6% em 2005. A chefia feminina é maior entre mulheres idosas (27,5%).

Trabalho doméstico

A pesquisa mostra que a desigualdade nas tarefas domésticas. Em 2005, 51,6% dos homens que trabalhavam também relatavam fazer tarefas domésticas. Entre as mulheres, esse percentual era de 92%.