Provável 1º santo brasileiro deve ganhar capela

É tudo o que devotos de Frei Galvão pediram a Deus: frades franciscanos do Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, na capital fluminense, querem transformar capela primitiva erguida no século 18 e anexa à Igreja de São Francisco no espaço de devoção ao primeiro santo brasileiro. A notícia vem um dia após a confirmação do segundo milagre atribuído ao frade, o que abre caminho à sua canonização. O anúncio oficial caberá ao Papa Bento XVI, possivelmente durante a visita ao Brasil, em maio. Frei Galvão nasceu em 1739 em Guaratinguetá e dedicou a vida aos pobres. Morreu em 23 de dezembro de 1822.

Frei Clarêncio Neotti, 72, já iniciou conversa com a Ordem Franciscana Secular, administradora da bela Igreja de São Francisco, para liberação do pequeno espaço, separado por grades da Igreja de Santo Antônio. Apesar da grande obra em São Paulo, Frei Galvão teve forte ligação com o Rio de Janeiro. Fez o noviciado no Convento São Boaventura, cujas ruínas ficam em Itaboraí. A ordenação ocorreu no Convento de Santo Antônio.

Estudioso da vida de Galvão, frei Clarêncio avalia outra alternativa para instalar a capela do santo: adaptar a capela interna do convento. Mas acredita que as conversas estão bem encaminhadas com a Ordem Secular - formada por leigos que seguem os ensinamentos de São Francisco.

A abertura da capela primitiva depende do andamento da restauração de toda a área do convento. As obras, avaliadas em R$ 38 milhões, começam em janeiro. Por enquanto, os fiéis rezam em frente à imagem do frei na entrada da Igreja de Santo Antônio. "Sempre oro para o frei. Já ouvi muitas histórias sobre seus milagres", conta a aposentada Helena Nélia Senna.