Países europeus estão divididos sobre o casamento gay

Os países da União Européia (UE) estão dividido sobre a questão da união legal entre pessoas do mesmo sexo, segundo uma pesquisa divulgada hoje pela empresa Eurobarometer, que mostra, por exemplo, 82% dos holandeses favoráveis ao casamento gay, enquanto que apenas 11% dos romenos apóiam a idéia. De acordo com a sondagem, no total, 44% dos cidadãos dos 25 países que formam a UE acreditam que o matrimônio gay deveria ser permitido em todos os Estados do bloco, com os maiores níveis de apoio sendo registrados no norte do continente - nas nações mais desenvolvidas - e os mais baixos entre os membros do sul e leste - menos desenvolvidas.

Entre aqueles que mais apóiam a idéia, além dos holandeses, estão 71% dos suecos, 69% dos dinamarqueses e 62% dos belgas. Mas apenas 11% dos romenos, 12% dos letões e 14% dos cipriotas estão de acordo. "Isto simplesmente demonstra que há preocupação e desconhecimento sobre o tema", afirmou Júris Lavrikovs, porta-voz da Associação Internacional de Gays e Lésbicas. "Mostra que há ainda muito trabalho a ser feito". Grupos de ativistas denunciam que os crimes por ódio contra homossexuais e minorias étnicas vêm aumentando em muitos dos países ex-comunistas que se uniram à UE em 2004, elevando as dúvidas sobre se estas nações estariam preparadas para aceitar os valores mais liberais típicos da Europa Ocidental.

Na Estônia e na Letônia, vários ataques foram registrados durante paradas gays realizadas neste ano. Na Polônia, líderes do partido conservador que está no poder expressaram publicamente sua homofobia. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é motivo de controvérsia em todo o mundo, dos Estados Unidos ao México, passando por Brasil e África do Sul. Na França, onde os candidatos líderes às eleições presidenciais do próximo ano deixaram bem claro suas visões contrárias ao casamento gay, a pesquisa da UE revelou, ao contrário, que 48% dos entrevistados são favoráveis, 44% contrários e 8% não responderam. A pesquisa ouviu 30.000 pessoas através da UE e tem uma margem de erro de 1,9 a 3,1 pontos porcentuais.