Segundo Opep, preços do petróleo sofrerão pressão de baixa em 2007

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse hoje que o balanço de riscos sinaliza uma pressão de baixa sobre os preços do petróleo em 2007, causada principalmente pelos "perigos para o crescimento da economia mundial emanados do visível enfraquecimento da atividade nos Estados Unidos, onde algumas previsões mostram um risco de recessão que não pode ser negligenciado". Segundo ela, o recente enfraquecimento do dólar pode constituir "um reflexo antecipado da menor confiança nas perspectivas da economia do Estados Unidos no próximo ano e a possível repercussão que isso pode ter sobre o crescimento mundial".

Em seu relatório mensal, a Opep disse que a produção mundial de petróleo deve mostrar um forte crescimento em sua taxa anual nos dois primeiros trimestre de 2007. Um dos principais motivos é o aumento da produção nos países que não pertencem ao cartel, calculado em 1,8 milhões de barris por dia, em média.

"Essas previsões para 2007 apontam para um enfraquecimento dos fundamentos", disse. "O desequilíbrio mais forte deve ocorrer durante o segundo trimestre do próximo ano." Segundo o cartel, o atual nível de estoques de petróleo parece suficiente para acomodar o tradicional aumento do consumo no primeiro trimestre do ano provocado pelo inverno no hemisfério Norte.

A Opep, que é composta por onze países, disse que a decisão tomada em Doha em outubro passado de cortar sua produção em 500 mil barris por dia foi fundamental para conter a queda dos preços. Na semana passada, o cartel decidiu durante uma reunião na Nigéria cortar outros 500 mil barris. "Essa decisão está programada para ocorrer após o inverno no hemisfério Norte (no dia 1o de fevereiro), garantindo o abastecimento de petróleo suficiente durante esse período de forte demanda e, ao mesmo tempo, lidando com os desequilíbrios potenciais de 2007", disse.

A Opep manteve inalterada sua previsão para o crescimento do consumo mundial de petróleo neste ano em 1 milhão de barris, ou 1,2%, e também para 2007, de 1,3 milhões de barris, ou 1,57%.