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Economia
Segunda - 18 de Dezembro de 2006 às 13:56

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Rio - Graças ao câmbio e ao fim da entressafra em vários setores agrícolas, produtos mais procurados na época do Natal estão com os preços em queda ou subindo menos. É o que mostra levantamento especial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre itens relacionados às compras de final de ano, tendo como base os dados do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S). Segundo o economista da FGV André Braz, de 14 produtos relacionados com as compras natalinas, 12 registraram desaceleração ou deflação mais intensa de preços na passagem do IPC-S de até 7 de dezembro para o índice de até 15 de dezembro. "Realmente, está mais em conta comprar agora produtos para o Natal."

É o caso de vinho (de -0,35% para -0,70%); bacalhau (de -1,83% para -2,22%); chester (de 4,94% para 2,56%); frango inteiro (de 1,29% para -0,30%); pernil (de 0,32% para 0,21%); lombo (de 1,08% para 1,06%); refrigerante (de 0,03% para -0,37%); cerveja (de 0,31% para 0,10%); eletroeletrônicos (de -1,02% para -1,63%); roupas (de 0,76% para 0,54%); calçados (de -0,84% para -0,87%); e frutas (de 1,60% para 0,17%).

Da lista selecionada pela FGV para o levantamento, apenas dois registraram deflação mais fraca, no mesmo período. É o caso de azeite (de -1,30% para -1,27%); e eletrodomésticos (de -1,08% para -0,82%).

Braz disse que, este ano, houve uma expressiva valorização do real ante o dólar - valorização esta que também foi detectada no final do ano passado. De acordo com cálculos do economista, a cotação média do dólar em novembro e dezembro do ano passado era de R$ 2,25; este ano, no período do mês de novembro e até o dia 15 de dezembro a cotação está muito próxima, em R$ 2,15.

Ele afirma que esse cenário de continuidade no dólar baixo contribuiu para tornar mais baratos muitos produtos importados relacionados ao Natal. "Um dos maiores exemplos disso é o bacalhau", afirmou o economista, acrescentando que o preço desse produto registra taxa negativa de preços desde a segunda quadrissemana de novembro.

Próximo IPC-S

Os grupos Transportes e Alimentação definirão a taxa do próximo IPC-S, que será referente à quadrissemana encerrada em 22 de dezembro. Segundo Braz, a influência do setor de transportes, que sofreu o impacto de vários aumentos de preços nos transportes urbanos do Rio de Janeiro e de São Paulo, continuará a influenciar para cima a taxa do indicador. Porém, ao mesmo tempo, o setor de alimentação surge com um cenário favorável, com preços dos alimentos in natura e carnes caindo ou subindo menos - e pode contribuir para conter a influência de transportes na formação do indicador.

"O IPC-S pode até desacelerar", afirmou o economista. Ele admitiu que o impacto do grupo Transportes é expressivo, e que os recentes reajustes de preços em transporte urbano ainda não foram completamente captados pelo indicador - sendo que, para a próxima apuração do índice, o IPC-S deverá sofrer influência de 0,11 ponto porcentual apenas dessa classe de despesa.

Porém, lembrou que o grupo Alimentação pesa o dobro do grupo Transportes na formação do cálculo do IPC-S. Ou seja: na avaliação do economista, se os preços dos alimentos continuarem a desacelerar de forma significativa, isso pode contribuir para uma desaceleração ou uma taxa próxima ao do resultado anunciado hoje, de até 15 de dezembro (0,39%).





Fonte: Agência de Notícias

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