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Internacional
Domingo - 17 de Dezembro de 2006 às 12:00

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Lula decepcionou ao não ajudar a criar um eixo latino-americano contra os EUA e ao não patrocinar Cuba, diferentemente do que faz Hugo Chávez. Essa é a opinião de alguns integrantes do PCC (Partido Comunista de Cuba) que conversaram com a Folha, sob condição de anonimato.

"Esperávamos muito mais de Lula. Ele não se decidiu entre ficar do nosso lado ou do lado de Bush", diz um membro do PCC. Outros dizem que esperavam que o Brasil fosse "uma grande Venezuela". Com relações comerciais alcançando US$ 3,2 bilhões, a Venezuela é o maior parceiro de Cuba.

O balanço comercial entre Cuba e Brasil é de US$ 210 milhões. A cobertura da televisão estatal cubana sobre a cúpula sul-americana em Cochabamba não deixa dúvidas sobre quem é o líder da América Latina para o regime cubano: "Chávez, uma vez mais, colocou as cartas sobre a mesa" foi a principal manchete do noticiário.

Brasileiros que moram na ilha confirmam essa decepção castrista com Lula e dizem que o país "continua precisando de padrinho".

Ainda assim, houve uma aproximação do governo brasileiro com Cuba. "O presidente Lula determinou que o intercâmbio comercial, econômico, tecnológico e acadêmico fosse incrementado", disse à Folha o embaixador brasileiro Tilden Santiago. "O intercâmbio comercial triplicou em quatro anos", concluiu.

O BNDES concedeu crédito de US$ 200 milhões para facilitar a importação de alimentos brasileiros por Cuba.

Mas os investimentos do Brasil em Cuba demoram para deslanchar. Desde 2003, várias empresas brasileiras tentaram estudar negócios na ilha, mas esbarraram na burocracia cubana --e na reticência do governo local em ceder controle em áreas estratégicas.

A Petrobras já manifestou interesse em entrar no negócio de refinarias e lubrificantes. Em 2003, a construtora Andrade Gutierrez tentou investir em fábricas de processamento de açúcar em parceria com investidores japoneses.

Em fevereiro de 2005, Roger Agnelli, diretor da Companhia Vale do Rio Doce, passou três horas com Fidel --tinha interesse na exploração do níquel, principal produto de exportação da ilha.

A Votorantim também manifestou interesse no mineral, mas nenhum investimento dessas empresas brasileiras ainda foi confirmado.





Fonte: Olhar Direto

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