Para 55%, situação econômica vai melhorar
O resultado da pesquisa espelha em grande medida o mercado de trabalho, onde as vagas com maiores salários enfrentam uma combinação de saldo negativo com redução de rendimentos nos últimos seis anos.
Em relação ao poder de compra, 38% esperam que ele aumente no segundo mandato do presidente e apenas 22% acham que ele deve diminuir.
Sobre inflação, 33% acham que ela vai subir. As mulheres (37%) são mais pessimistas que os homens (29%), talvez por participarem mais ativamente da economia doméstica.
Regiões Regionalmente, as avaliações mais otimistas em relação a emprego, inflação e poder de compra estão no Nordeste. As mais pessimistas, no Sul e no Sudeste. O Nordeste concentrou não só a maior força eleitoral de Lula em 2006 mas também a maior parcela da população beneficiada pela ampliação de programas assistenciais como o Bolsa Família ou parcialmente subsidiados, como os pagos pela Previdência.
Para o economista Guilherme Loureiro, da consultoria Tendências, apesar da expectativa de melhora entre a população, o segundo mandato de Lula não deve trazer muitas surpresas positivas do ponto de vista do crescimento. "Deve ser mais do mesmo. Não enxergamos um cenário de aumento de produtividade, investimentos e renda que, em última análise, alavancam o crescimento", diz.
O economista Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no governo Lula, afirma que "existe uma opinião ampla, geral e difusa" de que a economia vai bem, mas ela seria ilusória.
Para Lessa, o otimismo entre os mais pobres é justificado pelo aumento da abrangência dos programas sociais. Entre os mais bem remunerados, ele não vê um quadro de evolução positiva. "Com os juros no patamar atual, o investimento não vai deslanchar. E o governo sabe que um crescimento maior trará nova crise no setor energético."
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