Estudo mostra que Brasil pode ser líder mundial em biocombustíveis
Essa é a conclusão de um estudo feito pelo grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisa foi apresentada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República na última segunda-feira (11) e deve subsidiar as decisões de governo sobre a política energética de longo prazo.
Fonte de energia renovável, o biocombustível é produzido a partir de produtos agrícolas como cana-de-açúcar, plantas oleaginosas (mamona, girassol, milho, soja e amendoim, entre outras), biomassa florestal e outras fontes de matéria orgânica. Pode ser usado isoladamente ou adicionado a combustíveis convencionais, a exemplo do diesel, do etanol, do metanol, do metano e do carvão vegetal.
Para o economista Helder Queiroz Junior, o Brasil reúne vantagens competitivas na produção de álcool graças à experiência acumulada nos últimos 30 anos. E caminha no mesmo sentido em relação ao biodiesel. Além de condições climáticas favoráveis à produção das principais oleaginosas empregadas como matéria-prima, ele diz que o país tem um amplo território cultivável, que pode vir a ser explorado caso a produção se torne economicamente vantajosa.
Embora otimista em relação aos biocombustíveis, Queiroz alerta que o Brasil deve continuar pesquisando outras alternativas, já que o futuro das novas tecnologias ainda é incerto. "Há um leque de opções, umas vão vingar, outras não. No caso brasileiro, o álcool tem uma vantagem muito grande em relação a qualquer alternativa, afinal, temos 30 anos de experiência acumulada. Em relação aos demais, ainda não sabemos o que dará certo", ponderou.
O economista ressalta, ainda, a questão do modelo a ser adotado na produção de biocombustíveis. "Há uma controvérsia sobre a concorrência entre as diferentes oleaginosas e os diferentes modelos de negócios", observa. "Se formos pela agricultura familiar, é um tipo de escolha. Se optarmos pela produção do biodiesel a partir da soja, então vamos pelo agronegócio. São coisas diferentes e que têm algumas dificuldades para conviver".
De acordo com ele, o estudo desenvolvido pelo grupo da UFRJ não tem intenção de indicar qual a melhor opção de negócio, inclusive poruqe ainda há incertezas sobre a produção. "No caso da soja, há a vantagem de partirmos de uma escala já montada e muito grande. Mas as outras oleaginosas também têm potencial. Ainda é preciso fazer mais estudos, inclusive para sabermos até onde podem chegar os ganhos de produtividade de cada opção".
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