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Cuba vive transição para "era pós-Fidel Castro"
Em meio à expectativa e perplexos, os cubanos assistem ao processo sem precedentes vivido pela ilha após a retirada de Fidel Castro, líder indiscutível durante 48 anos, e a chegada ao poder de seu irmão Raúl, que enfrenta a difícil tarefa de garantir o futuro da revolução.
A longa ausência de Fidel --que foi visto pela última vez em público em 26 de julho, e não foi à grande reunião que ele mesmo tinha convocado em 2 de dezembro para comemorar seus 80 anos antecipadamente-- foi interpretada como o início de uma nova etapa em Cuba e um claro sinal de que o líder cubano não poderá voltar a exercer o poder como vinha fazendo até agora.
Os cubanos foram surpreendidos em 31 de julho, quando ouviram atônitos a declaração na qual Fidel delegou o poder provisoriamente a seu irmão mais novo, devido a uma grave doença declarada como sigilo de Estado.
Longe de cumprir as previsões dos que apostavam na instabilidade sem Fidel no poder, o país manteve a calma e se acostumou progressivamente à ausência do líder cubano e ao novo estilo de Raúl, ministro da Defesa e segundo homem do regime, avesso aos comparecimentos públicos e aos longos discursos.
Neste período, os cubanos acostumaram-se também a ouvir mensagens animadoras sobre a evolução do estado de saúde de Fidel nas palavras de altos funcionários do governo, com as atenções voltadas para 2 de dezembro, a fim de comemorar o aniversário do chefe da revolução e os 50 anos de criação das Forças Armadas Revolucionárias (FAR).
No entanto, a ausência de Fidel no desfile militar organizado na emblemática Praça da Revolução e o marcado caráter político do discurso de Raúl --no qual não fez nenhuma menção ao estado do comandante-- confirmaram que o país avança para uma nova etapa, seguindo as pautas de um modelo delineado pelo próprio Fidel Castro.
Em seu primeiro discurso como chefe de Estado "de fato", diante das Forças Armadas Revolucionárias --que não têm apenas papel defensivo, mas administram o maior grupo empresarial do país--, Raúl Castro lançou duas mensagens muito claras.
O "ministro", como Raúl é conhecido no âmbito militar, disse que a unidade interna está garantida pelo Exército e pelo Partido Comunista de Cuba, e estendeu a mão aos Estados Unidos-- principal inimigo do regime cubano-- para sentar-se e discutir as diferenças históricas.
Cercado por uma equipe de seis homens fortes do governo e do Partido Comunista de Cuba --entre eles o vice-presidente, Carlos Lage, e o chanceler, Felipe Pérez Roque-- e apoiado pela cúpula do Exército, Raúl Castro, de 75 anos, colocou mãos à obra para garantir o futuro da revolução e responder aos problemas da ilha.
Considerado mais pragmático que seu irmão, muitos esperam de Raúl reformas econômicas moderadas, que ajudem a aliviar os problemas do cidadão comum de Cuba, que "resolve" suas necessidades cotidianas com um salário médio de US$ 15.
Raúl Castro foi responsável por algumas das principais medidas de abertura adotadas em momentos críticos para a revolução, como a autorização dos mercados livres camponeses, em 1994 --em pleno período especial, após a queda do bloco soviético--, e o programa de aperfeiçoamento empresarial que transformou várias sociedades administradas pelas Forças Armadas nas mais rentáveis da ilha.
Independente do caminho a ser seguido por Raúl Castro para conduzir as rédeas do país e preservar a revolução, parece claro que a palavra "transição" não está em seu vocabulário, como altos funcionários e a imprensa oficial encarregam-se de lembrar com freqüência.
O vice-presidente foi taxativo em recente discurso pronunciado no início de dezembro, durante o encerramento da homenagem a Fidel Castro. Em Cuba, "não haverá sucessão, haverá continuidade", disse.
O socialismo em Cuba, acrescentou Lage, é "irreversível".
A longa ausência de Fidel --que foi visto pela última vez em público em 26 de julho, e não foi à grande reunião que ele mesmo tinha convocado em 2 de dezembro para comemorar seus 80 anos antecipadamente-- foi interpretada como o início de uma nova etapa em Cuba e um claro sinal de que o líder cubano não poderá voltar a exercer o poder como vinha fazendo até agora.
Os cubanos foram surpreendidos em 31 de julho, quando ouviram atônitos a declaração na qual Fidel delegou o poder provisoriamente a seu irmão mais novo, devido a uma grave doença declarada como sigilo de Estado.
Longe de cumprir as previsões dos que apostavam na instabilidade sem Fidel no poder, o país manteve a calma e se acostumou progressivamente à ausência do líder cubano e ao novo estilo de Raúl, ministro da Defesa e segundo homem do regime, avesso aos comparecimentos públicos e aos longos discursos.
Neste período, os cubanos acostumaram-se também a ouvir mensagens animadoras sobre a evolução do estado de saúde de Fidel nas palavras de altos funcionários do governo, com as atenções voltadas para 2 de dezembro, a fim de comemorar o aniversário do chefe da revolução e os 50 anos de criação das Forças Armadas Revolucionárias (FAR).
No entanto, a ausência de Fidel no desfile militar organizado na emblemática Praça da Revolução e o marcado caráter político do discurso de Raúl --no qual não fez nenhuma menção ao estado do comandante-- confirmaram que o país avança para uma nova etapa, seguindo as pautas de um modelo delineado pelo próprio Fidel Castro.
Em seu primeiro discurso como chefe de Estado "de fato", diante das Forças Armadas Revolucionárias --que não têm apenas papel defensivo, mas administram o maior grupo empresarial do país--, Raúl Castro lançou duas mensagens muito claras.
O "ministro", como Raúl é conhecido no âmbito militar, disse que a unidade interna está garantida pelo Exército e pelo Partido Comunista de Cuba, e estendeu a mão aos Estados Unidos-- principal inimigo do regime cubano-- para sentar-se e discutir as diferenças históricas.
Cercado por uma equipe de seis homens fortes do governo e do Partido Comunista de Cuba --entre eles o vice-presidente, Carlos Lage, e o chanceler, Felipe Pérez Roque-- e apoiado pela cúpula do Exército, Raúl Castro, de 75 anos, colocou mãos à obra para garantir o futuro da revolução e responder aos problemas da ilha.
Considerado mais pragmático que seu irmão, muitos esperam de Raúl reformas econômicas moderadas, que ajudem a aliviar os problemas do cidadão comum de Cuba, que "resolve" suas necessidades cotidianas com um salário médio de US$ 15.
Raúl Castro foi responsável por algumas das principais medidas de abertura adotadas em momentos críticos para a revolução, como a autorização dos mercados livres camponeses, em 1994 --em pleno período especial, após a queda do bloco soviético--, e o programa de aperfeiçoamento empresarial que transformou várias sociedades administradas pelas Forças Armadas nas mais rentáveis da ilha.
Independente do caminho a ser seguido por Raúl Castro para conduzir as rédeas do país e preservar a revolução, parece claro que a palavra "transição" não está em seu vocabulário, como altos funcionários e a imprensa oficial encarregam-se de lembrar com freqüência.
O vice-presidente foi taxativo em recente discurso pronunciado no início de dezembro, durante o encerramento da homenagem a Fidel Castro. Em Cuba, "não haverá sucessão, haverá continuidade", disse.
O socialismo em Cuba, acrescentou Lage, é "irreversível".
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/253913/visualizar/
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