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Polícia Brasil
Sábado - 16 de Dezembro de 2006 às 07:44

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Os indícios contras eles, segundo a polícia, são escutas telefônicas que revelam conversas sobre alterações de prontuário de paciente morta.

A Polícia Civil prendeu no fim da tarde de ontem, em Rondonópolis, três médicos do Hospital Regional, o clínico geral Nilson Albers, o ortopedista Fernando Tenório e o diretor do Corpo Clínico do HR, Nélio Nunes Cabette, e o médico legista Carlos Alberto Takayasso, sob acusação de prática de homicídio culposo, além de outros crimes. Segundo o delegado Fernando Vasco Spinelli, que coordenou as investigações, as principais provas foram obtidas por meio de escutas telefônicas.

De acordo com o delegado, as investigações que estão em andamento há um mês indicam que os médicos foram responsáveis pela morte de Micheli Alves Ferreira, que sofreu um acidente no dia 16 de novembro em Campo Verde (397 quilômetros de Cuiabá) e fraturou a perna e a bacia.

Ainda segundo Spinelli, Micheli foi encaminhada para o HR e morreu dois dias depois, em 18 de novembro. O atestado revela uma embolia pulmonar como causa da morte.

As informações colhidas ao longo das investigações por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça contêm, conforme o delegado, várias conversas entre os médicos com o objetivo de prejudicar informações importantes para o andamento das investigações sobre o caso, que já estavam acontecendo com o conhecimento dos profissionais.

Spinelli afirmou que as gravações revelam a preocupação dos médicos em alterar o atestado de causa da morte, que foi definida como embolia pulmonar. “Os prontuários médicos têm informações que indicam outro tipo de causa de morte, diferente do que foi atestado”, disse.

O delegado ressaltou também que houve negligência no atendimento da suposta vítima. “Ela chegou ao HR às 22h do dia 16 e somente recebeu atendimento e foi estabilizada por volta das 11h do dia 17, ficando pelo menos 12 horas sem atendimento”, completou.

O mandado de prisão temporária contra os quatro médicos foi expedido pela Justiça de Campo Verde e cumpridos durante a tarde de ontem. Os médicos foram levados, inicialmente, para a Delegacia Regional de Rondonópolis, onde permaneceram algumas horas. Ainda na noite de ontem, os profissionais foram encaminhados para a Cadeia Pública de Dom Aquino (172 quilômetros de Rondonópolis).

Spinelli afirmou que eles devem ser ouvidos ainda amanhã, a partir das 9 horas, mas ainda não confirmou o local. “Decidiremos se vamos trazê-los para Campo Verde para os depoimentos ou se os ouviremos em Dom Aquino”, disse.

Os médicos não foram levados para Campo Verde porque a cidade não dispõe de Cadeia Pública.





Fonte: Diário de Cuiabá

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