Secretária alerta para as várias formas de trabalho infantil
Segundo Ana, é preciso observar com cuidado os dados da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou um crescimento no índice de crianças e adolescentes ocupadas no Brasil de 11,8% em 2004 para 12,2% em 2005, após 14 anos consecutivos em queda.
O país conseguiu nos últimos anos retirar um número significativo de crianças dos piores e mais visíveis tipos de trabalho, disse a secretária. Agora, acrescentou, é necessário combater outras formas de trabalho infantil que ainda são resistentes na sociedade.
"A gente precisa enfrentar e redirecionar o trabalho infantil doméstico, por exemplo. Ele não é dito como pior forma, ainda que uma criança se queimar na cozinha e sofrer um acidente não é tido pela sociedade, pela compreensão, como uma forma que sensibilize e chame a atenção", afirmou. "A identificação desse trabalho e a visibilidade dele é muito difícil e aí tem uma discussão da cultura que depende da sensibilização da sociedade. O que a sociedade tolera como trabalho (infantil). O que ela não tolera. Se não vamos conseguir identificar vai ficar invisível", argumentou a secretária.
Para Ana Lígia Gomes, é preciso que a sociedade tenha consciência do problema para que as ações do governo tenham maior eficácia. "Estamos preparando uma agenda, com campanhas, mobilizações, mas isso não basta. Essa discussão tem que passar por essa tradição cultural que agora a Contag (Confederação dos Trabalhadores na Agricultura) está discutindo em relação ao campo. Mas o problema nas metrópoles também é muito difícil. Sem o engajamento dos municípios, de cada território, das prefeituras, em identificar, sensibilizar e mobilizar, nosso sucesso é muito difícil".
O seminário é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome e da Contag.
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