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Cidades/Geral
Quinta - 14 de Dezembro de 2006 às 10:06

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São Paulo - O governador Cláudio Lembo (PFL) disse ontem que, ao assumir o cargo, em abril, encontrou uma situação "de desorganização e de desativação total da disciplina e da hierarquia" na segurança pública. "Hoje temos hierarquia e disciplina, e buscamos harmonia."

O acesso às contas do Primeiro Comando da Capital (PCC) é fruto do trabalho que uniu a polícia paulista e o serviço de inteligência federal - após os ataques da facção, foi criado o Gabinete de Gestão Integrada. Segundo Lembo, isso só foi possível após disputas político-partidárias serem deixadas de lado.

O cruzamento de dados de 412 contas bancárias de cerca de 110 pessoas foi feito pelo Conselho de Controle de Ativos Financeiros (Coaf) e pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), vinculado ao Ministério da Justiça. "Cada traficante tem uma conta. Acabamos com isso graças à integração entre os governos. Falo sem nenhuma ponta de vaidade, mas com muita satisfação."

Na Assembléia Legislativa, deputados ligados às polícias lamentaram que o resultado da cooperação tenha rendido frutos só sete meses após a primeira onda de ataques. "O efeito é direto para o policiamento. Com dinheiro nas mãos, o PCC pode contratar dois bandidos para cada um preso ou morto pela polícia", disse Conte Lopes (PTB), capitão da reserva da PM. O deputado é autor de um pedido de CPI do Crime Organizado. "Não consegui nem as assinaturas para protocolar o pedido. Os deputados têm receio."

Para o delegado Romeu Tuma Júnior (PMDB), o combate ao crime só é eficiente com a integração policial e entre políticos. "Enquanto segurança pública for instrumento de governo, só vamos apagar incêndio."





Fonte: Agência de Notícias

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