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Nacional
Quarta - 13 de Dezembro de 2006 às 22:35

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Autoridades do setor aéreo e representantes de sindicato dos controladores de vôo procuraram tranquilizar passageiros sobre as condições da aviação neste final do ano, quando há um aumento sazonal de procura por passagens, durante audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira.

O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo, Jorge Carlos Botelho, garantiu que os controladores de vôo não pretendem promover operação-padrão durante o período.

"Não é objetivo nosso (fazer operação-padrão). Estamos juntos do governo para colaborar", afirmou Botelho em seu depoimento.

Operação-padrão adotada por controladores em outubro e novembro, seguindo as regras internacionais de segurança mais estritas, causou atrasos e cancelamentos de vôos em todo o país. O movimento ocorreu após o desastre com o avião da Gol, que deixou 154 mortos. Na semana passada, uma pane no serviço de comunicação do controle de vôos em Brasília voltou a provocar cancelamentos.

Botelho salientou que problemas que possam ocorrer nos feriados de fim de ano devem ser vistos como normais para a época, e não como consequência de uma ação organizada.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi, afirmou à comissão que todas as medidas de curto e curtíssimo prazo que poderiam ser tomadas para tentar sanar os problemas na área já foram tomadas. Ele destacou o aumento da contratação de controladores de vôo pelo Comando da Aeronáutica.

"Vamos ter um fim de ano que consideramos bom, ainda que não ideal", afirmou. Na véspera, Zuanazzi havia dito que a situação aérea do país ficaria ideal em março, com o ingresso de controladores de vôo formados este ano.

Segundo Zuanazzi, no final do ano há uma elevação principalmente do número de vôos fretados (charter), mas estes são concentrados nos fins de semana e no Nordeste —área não coberta pelo Cindacta 1, centro com sobrecarga porque é responsável pelo controle de cerca de 80 por cento dos vôos do país, com sede em Brasília.

Botelho e Zuanazzi participaram de audiência de cerca de seis horas sobre o setor aéreo na Comissão de Defesa do Consumidor, que também contou com a presença do ministro da Defesa, Waldir Pires, do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, e do diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), Marco Antonio Bologna.

Pires voltou a afirmar que a área de controle de vôos não sofreu contingenciamento em 2006 e 2004 —em 2005, o bloqueio de verbas ficou abaixo dos 4 por cento, segundo o ministro.

Ele também relacionou as medidas tomadas pelo governo para enfrentar a crise dos controladores, com a promoção de concurso para a contratação de novos técnicos e o remanejamento de pessoal para Brasília.

SALÁRIOS

Ao comentar os baixos salários dos controladores, Pires reclamou de seus próprios rendimentos e afirmou que o salário de ministro "não chega a 6 mil reais", descontado o Imposto de Renda.

Ao final da audiência, ele reafirmou a jornalistas que os salários dos ministros são inadequados. "Mas eu não estou reivindicando coisa nenhuma."

Ainda de acordo com o ministro, o grupo de trabalho criado com entidades da aviação para propor medidas para o setor deve apresentar seu relatório em breve, já está quase concluindo seu relatório, mas não deu detalhes sobre as iniciativas a serem propostas.

Pires também reafirmou que sua permanência no cargo depende exclusivamente da vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ninguém tem o direito de fugir, muito menos eu, que luto há 50 anos."

Vários deputados reclamaram, durante a audiência, do tratamento dado a passageiros durante a crise.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) cobrou do Comando da Aeronáutica maior transparência na comunicação com a população e criticou a falta de comando nos aeroportos, e também no governo, durante os momentos de crise.





Fonte: Terra

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