Maggi critica monopólio privado e custo elevado do frete da ferrovia

O governador Blairo Maggi (MD) se mostrou receoso em relação à expansão dos trilhos da ferrovia em Mato Grosso hoje estacionados em Alto Araguaia, divisa com Goiás. Ele afirmou que não basta reivindicar a chegada dos trilhos em Rondonópolis e Cuiabá se o setor estiver na mão de uma única empresa ditando o valor do frete.

Maggi criticou o que classifica de ‘monopólio privado’ da ALL (América Latina Logística) que adquiriu a Brasil Ferrovias, empresa proprietária da Ferronorte. Segundo explicou, qualquer empresa pode transportar cargas em hidrovias e nas rodovias, públicas ou privadas, o que aumenta a concorrência e reduz o valor do frente, mas o mesmo não ocorre com a ferrovia.

“O valor do transporte de cargas via hidrovia no Brasil é semelhante ao que se cobra nos Estados Unidos, no setor rodoviário temos até preços melhores, agora, na ferrovia o valor do frete é bem mais elevado. É preciso repensar esse modelo”, criticou, afirmando que falou sobre o problema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando da sua visita a Mato Grosso.

A ALL que opera no estado também está à frente da malha ferroviária da região Sul e na Argentina. A empresa detém hoje 20 mil quilômetros de linhas férreas, com 960 locomotivas e 27 mil vagões. No ano passado, transportou sob seus trilhos 43 milhões de toneladas de grãos no País.

Segundo dados do governo, a empresa transporta de 7 a 9 milhões de toneladas ao ano nos 2 mil quilômetros de ferrovia de Alto Araguaia ao porto de Santos.