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Saúde
Quarta - 13 de Dezembro de 2006 às 09:52

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O uso da anestesia epidural pode resultar em complicações na lactação a curto e longo prazo, segundo um novo estudo que põe em evidência a anestesia mais utilizada para aliviar as dores do parto.

A pesquisa, divulgada na segunda-feira, dá mais força às mulheres que pensam duas vezes antes de aceitar receber a potente anestesia.

Aos outros efeitos negativos da injeção, como um parto mais longo ou maiores chances de ser necessária a utilização de fórceps, se somam agora problemas com a amamentação que se estendem pelos seis primeiros meses de vida do bebê, um período no qual é recomendado que as crianças bebam unicamente leite materno.

A pesquisa, publicada no "International Breastfeeding Journal", analisou os casos de 1.280 mulheres que tiveram filhos em 1997.

Elaborado por pesquisadores de Sydney, o trabalho assinala que 93% das mulheres amamentaram seus bebês sem problemas na primeira semana, mas aquelas que fizeram uso da anestesia epidural tiveram mais dificuldades para realizar a lactação com sucesso.

Aos seis meses, 72% das mães que não usaram a epidural continuavam dando leite materno a seus filhos, em comparação aos 53% das mães que usaram a anestesia.

Sue Jordan, co-autora do estudo, assinalou que ele prova que é necessário dar mais apoio às mulheres mais vulneráveis para garantir que os bebês não sofram por causa do que qualifica de "reação adversa, oculta, mas de grande alcance".

Os pesquisadores acreditam que alguns componentes da família dos opiáceos presentes na anestesia epidural são capazes de penetrar no fluxo sanguíneo e passar pela placenta, chegando assim ao feto, que ficaria anestesiado e menos disposto para tomar leite do seio materno por causa destes elementos.

Siranda Torvaldsen, professora da Universidade de Sydney e diretora do relatório, explica que há cada vez mais testes que mostram que o fentanil (um opiáceo componente da anestesia) "pode estar associado a bebês sonolentos e a dificuldades para realizar a amamentação".

Torvaldsen indica que alguns recém-nascidos de mães que receberam injeções de opiáceos na última meia hora do parto natural perderam a capacidade para amamentar.

O estudo se soma a outros que anteriormente já relacionaram os efeitos do fentanil com dificuldades para uma lactação bem-sucedida.

Um estudo parecido elaborado pela Universidade de Toronto, no Canadá, chegou à conclusão que as mulheres que receberam uma anestesia epidural com fentanil tinham menos sucesso na amamentação dos bebês.

Alguns argumentos, que dão mais força ao movimento em favor do parto natural - que entre outras coisas recomenda que as mães se informem adequadamente antes de usar medicamentos como a epidural - pois, como assinalou Jordan, as conseqüências para os bebês ainda não foram estudadas convenientemente.

Por outro lado, o estudo australiano também indica que das 416 mulheres (33%) que optaram pela epidural, 172 tiveram também uma cesariana, uma operação que complica a lactação por causa das dificuldades que as mães enfrentam habitualmente devido aos problemas para segurar as crianças nos braços.





Fonte: Terra

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