<b>Pane pode ter causado queda de avião em Sorriso</b>

O avião Ipanema 210, prefixo UCH, ano 1986, que caiu ontem, em uma mata, ao lado de uma fazenda em Sorriso, tinha sido revisado recentemente. A informação foi dada ao Só Notícias pelo fazendeiro Elirio Daroit, que faz parte do grupo empresarial que era proprietário da aeronave. “Este avião foi revisado há cerca de um mês. O piloto ( Gerci Maziero) era muito experiente e conhecia muito bem o local onde sobrevoava”, disse Elirio, que acompanhou a remoção do corpo, ontem, no final da tarde.

As suspeitas são que a aeronave teria uma pane e que não houve tempo para Gerci fazer um pouso forçado. Ele estava pulverizando o plantio de soja quando aconteceu o acidente. Gerci Maziero tinha decolado por volta das 14:45hs e passaria veneno em uma outra parte da fazenda. A previsão é que retornasse a pista cerca de 20 minutos depois para reabastecimento. Os funcionários estranharam a demora e ficaram preocupados. Alguns começaram a fazer buscas, pela fazenda e, logo, avistaram fumaça saindo da mata – reserva florestal que fica às margens da BR-163.

"Quando chegamos aqui não tinha mais nada por fazer. É triste demais ver um amigo, colega de trabalho, morrer assim", declarou Ari Martins, funcionário da fazenda, ao Só Notícias. O avião abriu uma pequena clareira na mata. Caiu de cabeça para baixo e explodiu. As asas e parte da cauda não foram destruídas pelas chamas, o que poderá ajudar a perícia a identificar as causas do acidente.

Gerci morreu carbonizado e parte do seu corpo afundou no solo. Os bombeiros de Sorriso fizeram a remoção no final da tarde. Ele está sendo velado na Casa da Amizade o sepultamento é hoje em Sorriso. Deixa mulher e filhos.

O Instituto de Criminalística colheu os dados do acidente, mas o relatório não deve apontar causas conclusivas. A polícia mandará cópia do boletim de ocorrência para o Ministério da Aeronáutica

Sorriso é campeão brasileiro na produção de soja e, como há gigantescas fazendas, a pulverização de agrotóxicos, com aeronaves, para matar pragas da soja, tornou-se rotineiro entre grandes sojicultores considerando o custo-benefício. Este não foi o primeiro acidente aéreo em Sorriso envolvendo “avião agrícola”.