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Após saída da Santa Bárbara, empresa afirma que obras serão aceleradas e não descarta aditivo de prazo
Mendes Junior: prazo é ‘desafiador’
Completando 60 anos de atuação no setor de construção pesada no Brasil, a mineira Mendes Junior Trading e Engenharia S.A foi, dentre as grandes empreiteiras do país, a que menos se engajou em obras de estádios para a Copa de 2014.
Diferentemente de Odebrecht (Arena Corinthians, Maracanã, Arena Pernambuco e Arena Fonte Nova), Andrade Gutierrez (Mané Garrincha, Arena Amazônia, Maracanã e Beira-rio) e OAS (Arena Fonte Nova e Arena das Dunas), a empresa assumiu apenas a Arena Pantanal, em consórcio com a também mineira Santa Bárbara S/A.
Desde segunda-feira passada, porém, essa responsabilidade dobrou oficialmente de tamanho. Afundada em dívidas e em processo de recuperação judicial, a Santa Bárbara deixou o consórcio construtor e repassou à parceira toda a sua fatia restante no contrato, assinado em 20 de abril de 2010.
Em entrevista por e-mail ao DIÁRIO, o diretor da Área de Negócios Centro-Norte da construtora, Amaro Câmara Guatimosim, afirma considerar o cronograma atual (que prevê a entrega da obra em outubro de 2013) como um aspecto "desafiador" da empreitada.
Embora admita que aditivos ao cronograma "podem ser necessários", o diretor diz que a obra ganhará mais velocidade a partir de agora. "Estamos intensificando o ritmo e disponibilizando mais recursos para cumprir os compromissos assumidos."
DIÁRIO - De quem partiu a iniciativa de buscar o acordo que levou a Mendes Junior a assumir o contrato da Arena Pantanal? Quais as justificativas?
AMARO GUATIMOSIM - A iniciativa partiu da Mendes Júnior, visando à preservação, a manutenção de um fluxo de caixa sadio e andamento regular das obras.
DIÁRIO - Qual era o percentual de participação da Mendes Júnior na obra até a semana passada?
GUATIMOSIM - As duas empresas tinham partes iguais no consórcio, 50 por cento cada.
DIÁRIO - Como se dará a transferência física das obras para a responsabilidade da empresa (maquinários, contratos com terceirizadas e etc.)?
GUATIMOSIM - A transferência da gestão é um processo tranquilo, sem rupturas. Ao assumirmos integralmente as obras, nós da Mendes Júnior, assumiremos também os recursos existentes para dar continuidade ao projeto, ou seja, trabalhadores, equipamentos e materiais. O mesmo acontecerá com as subempreiteiras, que continuam trabalhando normalmente.
DIÁRIO - E os empregados antes vinculados ao consórcio?
GUATIMOSIM - A questão dos empregados é um bom exemplo dessa continuidade sem rupturas, pois os empregados do consórcio terão seus contratos transferidos para a Mendes Júnior, com os direitos e benefícios mantidos, conforme a convenção e acordo coletivo em vigor.
DIÁRIO - A empresa entende que o prazo de entrega atual é factível?
GUATIMOSIM - O prazo é desafiador. Dessa forma, a Mendes Júnior não economizará esforços para cumpri-lo.
DIÁRIO - A empresa pretende pedir algum aditivo de prazo, até mesmo em razão da saída da Santa Bárbara?
GUATIMOSIM - Eles podem ser necessários, mas não há como falar disso neste momento.
DIÁRIO - No momento da criação do consórcio, a empresa sabia de dificuldades financeiras envolvendo a Santa Bárbara?
GUATIMOSIM - Não, não tínhamos conhecimento.
DIÁRIO - Em que medida a situação financeira da Santa Bárbara prejudicou a atuação do consórcio em relação à obra da Arena Pantanal?
GUATIMOSIM - Todo anúncio de recuperação judicial traz reflexos no relacionamento com fornecedores de uma empresa. Nesse sentido, houve reflexos no consórcio.
DIÁRIO - O acordo com a Santa Bárbara envolveu valores?
GUATIMOSIM - Sim, foi um acordo comercial consensado entre as partes e, claro, ele considerou a condição da Santa Bárbara frente a uma recuperação judicial.
DIÁRIO - Como se deu a negociação da parte que cabia à outra empresa?
GUATIMOSIM - Tratando-se de cessão de participação, os 50% da Santa Bárbara foram transferidos para a Mendes Júnior nos termos do acordo comercial e mediante a anuência e aprovação da Secopa.
DIÁRIO - Os termos do acordo serão tornados públicos?
GUATIMOSIM - Não necessariamente.
DIÁRIO - Há quanto tempo a negociação vem sendo feita? O governo estadual participou das tratativas?
GUATIMOSIM - As negociações começaram após o anúncio da recuperação judicial, em novembro passado. O governo só participou do processo ao final, quando o acordo foi encaminhado para a sua aprovação.
DIÁRIO - Quais serão as próximas etapas da construção da Arena? A empresa vê necessidade de novos aditivos em relação ao valor contratado [atualmente, R$ 420 milhões]?
GUATIMOSIM - Vamos seguir o planejamento em curso e cumprir as próximas etapas. No momento focaremos na conclusão dos pré-moldados, da estrutura metálica, acabamentos e instalações. Quanto aos aditivos, não há previsão.
DIÁRIO - Como a empresa analisa o desafio de assumir a obra faltando pouco mais de um ano para o início da competição?
GUATIMOSIM - Como eu falei, o prazo é um desafio, mas temos a competência necessária para enfrentá-lo.
DIÁRIO - O risco de multas por descumprimento do prazo foi considerado?
GUATIMOSIM - Não foi considerado porque nosso objetivo é entregar a obra dentro do prazo previsto.
DIÁRIO - Há alguma mudança de rumo prevista para os próximos meses, considerando o ritmo lento adotado para a obra em 2012?
GUATIMOSIM - Estamos intensificando o ritmo e disponibilizando mais recursos para cumprir os compromissos assumidos.
DIÁRIO - Em relação à oferta escassa de mão de obra, como a empresa pretende lidar com a necessidade de um ritmo mais agressivo nas obras até o final do ano?
GUATIMOSIM - A questão da mão-de-obra é um desafio em todo o País. E Mato Grosso não é exceção. Reconhecemos isso e estamos trabalhando fortemente para contratar o pessoal necessário no tempo certo.
DIÁRIO - Sob o ponto de vista do grau de dificuldade de execução, como a empresa avalia o projeto da Arena Pantanal?
GUATIMOSIM - Desde o início da obra, encaramos os desafios do projeto com tranquilidade, respaldados pela expertise da Mendes Júnior, acumulada em seis décadas de existência. Ao mesmo tempo, dispensamos toda a atenção que o empreendimento da Arena Pantanal merece, pela sua importância para o Mato Grosso e para o Brasil.
Diferentemente de Odebrecht (Arena Corinthians, Maracanã, Arena Pernambuco e Arena Fonte Nova), Andrade Gutierrez (Mané Garrincha, Arena Amazônia, Maracanã e Beira-rio) e OAS (Arena Fonte Nova e Arena das Dunas), a empresa assumiu apenas a Arena Pantanal, em consórcio com a também mineira Santa Bárbara S/A.
Desde segunda-feira passada, porém, essa responsabilidade dobrou oficialmente de tamanho. Afundada em dívidas e em processo de recuperação judicial, a Santa Bárbara deixou o consórcio construtor e repassou à parceira toda a sua fatia restante no contrato, assinado em 20 de abril de 2010.
Em entrevista por e-mail ao DIÁRIO, o diretor da Área de Negócios Centro-Norte da construtora, Amaro Câmara Guatimosim, afirma considerar o cronograma atual (que prevê a entrega da obra em outubro de 2013) como um aspecto "desafiador" da empreitada.
Embora admita que aditivos ao cronograma "podem ser necessários", o diretor diz que a obra ganhará mais velocidade a partir de agora. "Estamos intensificando o ritmo e disponibilizando mais recursos para cumprir os compromissos assumidos."
DIÁRIO - De quem partiu a iniciativa de buscar o acordo que levou a Mendes Junior a assumir o contrato da Arena Pantanal? Quais as justificativas?
AMARO GUATIMOSIM - A iniciativa partiu da Mendes Júnior, visando à preservação, a manutenção de um fluxo de caixa sadio e andamento regular das obras.
DIÁRIO - Qual era o percentual de participação da Mendes Júnior na obra até a semana passada?
GUATIMOSIM - As duas empresas tinham partes iguais no consórcio, 50 por cento cada.
DIÁRIO - Como se dará a transferência física das obras para a responsabilidade da empresa (maquinários, contratos com terceirizadas e etc.)?
GUATIMOSIM - A transferência da gestão é um processo tranquilo, sem rupturas. Ao assumirmos integralmente as obras, nós da Mendes Júnior, assumiremos também os recursos existentes para dar continuidade ao projeto, ou seja, trabalhadores, equipamentos e materiais. O mesmo acontecerá com as subempreiteiras, que continuam trabalhando normalmente.
DIÁRIO - E os empregados antes vinculados ao consórcio?
GUATIMOSIM - A questão dos empregados é um bom exemplo dessa continuidade sem rupturas, pois os empregados do consórcio terão seus contratos transferidos para a Mendes Júnior, com os direitos e benefícios mantidos, conforme a convenção e acordo coletivo em vigor.
DIÁRIO - A empresa entende que o prazo de entrega atual é factível?
GUATIMOSIM - O prazo é desafiador. Dessa forma, a Mendes Júnior não economizará esforços para cumpri-lo.
DIÁRIO - A empresa pretende pedir algum aditivo de prazo, até mesmo em razão da saída da Santa Bárbara?
GUATIMOSIM - Eles podem ser necessários, mas não há como falar disso neste momento.
DIÁRIO - No momento da criação do consórcio, a empresa sabia de dificuldades financeiras envolvendo a Santa Bárbara?
GUATIMOSIM - Não, não tínhamos conhecimento.
DIÁRIO - Em que medida a situação financeira da Santa Bárbara prejudicou a atuação do consórcio em relação à obra da Arena Pantanal?
GUATIMOSIM - Todo anúncio de recuperação judicial traz reflexos no relacionamento com fornecedores de uma empresa. Nesse sentido, houve reflexos no consórcio.
DIÁRIO - O acordo com a Santa Bárbara envolveu valores?
GUATIMOSIM - Sim, foi um acordo comercial consensado entre as partes e, claro, ele considerou a condição da Santa Bárbara frente a uma recuperação judicial.
DIÁRIO - Como se deu a negociação da parte que cabia à outra empresa?
GUATIMOSIM - Tratando-se de cessão de participação, os 50% da Santa Bárbara foram transferidos para a Mendes Júnior nos termos do acordo comercial e mediante a anuência e aprovação da Secopa.
DIÁRIO - Os termos do acordo serão tornados públicos?
GUATIMOSIM - Não necessariamente.
DIÁRIO - Há quanto tempo a negociação vem sendo feita? O governo estadual participou das tratativas?
GUATIMOSIM - As negociações começaram após o anúncio da recuperação judicial, em novembro passado. O governo só participou do processo ao final, quando o acordo foi encaminhado para a sua aprovação.
DIÁRIO - Quais serão as próximas etapas da construção da Arena? A empresa vê necessidade de novos aditivos em relação ao valor contratado [atualmente, R$ 420 milhões]?
GUATIMOSIM - Vamos seguir o planejamento em curso e cumprir as próximas etapas. No momento focaremos na conclusão dos pré-moldados, da estrutura metálica, acabamentos e instalações. Quanto aos aditivos, não há previsão.
DIÁRIO - Como a empresa analisa o desafio de assumir a obra faltando pouco mais de um ano para o início da competição?
GUATIMOSIM - Como eu falei, o prazo é um desafio, mas temos a competência necessária para enfrentá-lo.
DIÁRIO - O risco de multas por descumprimento do prazo foi considerado?
GUATIMOSIM - Não foi considerado porque nosso objetivo é entregar a obra dentro do prazo previsto.
DIÁRIO - Há alguma mudança de rumo prevista para os próximos meses, considerando o ritmo lento adotado para a obra em 2012?
GUATIMOSIM - Estamos intensificando o ritmo e disponibilizando mais recursos para cumprir os compromissos assumidos.
DIÁRIO - Em relação à oferta escassa de mão de obra, como a empresa pretende lidar com a necessidade de um ritmo mais agressivo nas obras até o final do ano?
GUATIMOSIM - A questão da mão-de-obra é um desafio em todo o País. E Mato Grosso não é exceção. Reconhecemos isso e estamos trabalhando fortemente para contratar o pessoal necessário no tempo certo.
DIÁRIO - Sob o ponto de vista do grau de dificuldade de execução, como a empresa avalia o projeto da Arena Pantanal?
GUATIMOSIM - Desde o início da obra, encaramos os desafios do projeto com tranquilidade, respaldados pela expertise da Mendes Júnior, acumulada em seis décadas de existência. Ao mesmo tempo, dispensamos toda a atenção que o empreendimento da Arena Pantanal merece, pela sua importância para o Mato Grosso e para o Brasil.
Fonte:
Do DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/25481/visualizar/
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