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Sandy mostra repertório eclético no Ibirapuera (SP)
São Paulo - Ele é um dos mais respeitados e talentosos pianistas brasileiros. Radicado por muito anos em Londres, sempre se caracterizou pela ousadia e por passear tranqüilamente pela fronteira entre a música popular e erudita. Já misturou em um mesmo programa de concerto a música vanguardista do erudito austríaco Anton Webern e o choro do brasileiro Ernesto Nazareth.
Ela é uma das cantoras mais populares do Brasil. Com o irmão, formou uma dupla que arrebanhou milhões de fãs incondicionais. Suas canções românticas e de temática adolescente já fizeram com que os dois vendessem mais de 15 milhões de cópias de seus 16 discos. É cantora desde criança e cresceu com a fama de ser boa menina, comportadinha. Nos últimos anos, decidiu mudar sua imagem, escrevendo músicas mais rebeldes para conquistar o público que cresceu junto com ela. Não funcionou muito, ela ainda é vista como boa moça, mas o sucesso continua andando bem ao lado dela.
Marcelo Bratke e Sandy parecem viver em mundos completamente opostos, com pouca coisa em comum. Mas essas diferenças vão ficar muito mais tênues nesta quinta-feira, quando os dois se encontram no palco no moderníssimo Auditório do Ibirapuera para um concerto que traz no cardápio nomes da musica brasileira e internacional como George e Ira Gershwin, Cole Porter, Villa-Lobos e Claudio Santoro.
"Faz uns oito anos que eu planejava um concerto com uma cantora popular acompanhada do piano. Observei muito tempo várias artistas da MPB e decidi convidar a Sandy", comenta Bratke.
Por que Sandy?
Mas, com tantas opções, por que justamente ela? "Escolhi a Sandy por diversos motivos: primeiro, porque é muito afinada. Além disso, ela tem um timbre de voz muito interessante. Quando ela interpreta It's Wonderful, de Gershwin, a sensação que dá é que estamos na Broadway na década de 1930", elogia Bratke, que também destaca a pronúncia sem sotaques de Sandy em inglês.
Para a apresentação desta quinta, Bratke selecionou um repertório que passeia livremente entre o popular e o erudito na cultura brasileira e norte-americana.
No primeiro caso, começa com a bossa nova de Tom Jobim para chegar a Villa-Lobos. Já em relação aos nomes da música dos Estados Unidos, vai de Gershwin e Duke Ellington. "Resgatei os arranjos de algumas das primeiras gravações de Tom Jobim para ficar com sonoridade antiga", diz ele.
Acostumada com o pop, Sandy está encarando o concerto como um grande desafio. "Estou em uma fase em que tenho mais confiança para experimentar repertórios diferentes", contou a cantora em entrevista ao Jornal da Tarde.
Nos últimos meses, Sandy ensaiou sete vezes com Bratke. "Estou acostumada a tocar com uma banda enorme. Agora é só voz e piano. Tenho que estar muito segura na hora da apresentação. Mas não quero soar como uma cantora lírica. Eu trouxe a minha interpretação para essas canções", complementa a filha do cantor Xororó.
Sandy made in USA
Esta não é a primeira vez que a cantora flerta com um repertório mais sofisticado. No ano passado, ela já se apresentou em uma sofisticada casa noturna de São Paulo cantando clássicos do jazz.
Sandy conta que tem acompanhado as discussões dos fãs na internet sobre a apresentação ao lado de Bratke. "Vejo que muitos estão empolgados, mesmo não sendo este o estilo de música que eles mais gostam", diz a cantora. Será que esta sofisticação musical vai respingar no repertório de Sandy e Júnior?
"Claro que acaba me influenciando um pouco, mas, por enquanto não vou trazer isso para a nossa música. Não tem muito a ver com o trabalho que fazemos", diz Sandy. Enquanto isso, Júnior estuda a possibilidade de passar uma temporada nos Estados Unidos fazendo um curso de produção musical.
A cantora garante que, apesar dos vôos solos dela e do irmão - que acontecem com cada vez mais freqüência - a dupla continua firme e forte. "No máximo, nos tiramos umas férias um do outro para cada um fazer suas coisas pessoais, realizar os projetos particulares. Mas a nossa prioridade continua sendo a dupla, não há dúvidas."
Sandy e Marcelo Bratke - Piano e Voz. Auditório Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Portão 2, São Paulo. Tel.: (011) 5908-4299. Quinta-feira (14), às 20h30. Ingressos: R$ 30 a R$ 160.
Fonte:
Agência de Notícias
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/255018/visualizar/
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