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Previ já administra quase R$ 100 bilhões
Rio - Até o final deste ano, o patrimônio líquido da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, deverá atingir a marca de R$ 100 bilhões, com aumento de cerca de 20% em relação aos R$ 83 bilhões contabilizados no final de 2005. Em seis anos, o patrimônio do fundo cresceu 185%, já que no final de 2000 estava em R$ 35 bilhões. No mesmo período, a inflação, medida pelo índice IPCA, ficou em 56%. Com essa montanha de dinheiro, o fundo poderia comprar, à vista, qualquer um dos dois maiores bancos privados do País (Bradesco ou Itaú) que estavam avaliados pouco acima de R$ 70 bilhões nas bolsas de valores no final do mês passado.
Com o “troco” poderia comprar o Unibanco, cujo valor de mercado é de R$ 35 bilhões. Pode ainda comprar duas vezes o Banco do Brasil. É o típico caso em que a criatura ficou maior que o criador. E quem se surpreende com o lucro dos grandes bancos, ao redor de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões por ano nos últimos anos, ficaria espantado com o superávit técnico da Previ, que somou R$ 18,9 bilhões em três anos. Por não ter finalidades lucrativas, a Previ não tem "lucro" no sentido tradicional. O superávit é a diferença entre o rendimento de seus ativos e os seus compromissos.
O presidente do fundo estatal, Sérgio Rosa, costuma dizer que o patrimônio da Previ é proporcional ao tamanho dos seus compromissos. No ano passado, a folha de pagamentos do fundo (aposentadorias e pensões) somou R$ 4,36 bilhões e este ano deve bater R$ 5 bilhões. Esse valor é superior ao orçamento anual das prefeituras de algumas capitais importantes do País, como Belo Horizonte (R$ 2,9 bilhões) e Curitiba (R$ 2,36 bilhões) e ilustra duas situações: o tamanho da instituição e o conforto financeiro que garante, para o resto da vida, aos seus aposentados e pensionistas. A Previ é um dos poucos fundos de pensão no País que mantém a modalidade de "benefício definido", em que o aposentado recebe, indefinidamente, valores semelhantes aos salários dos tempos em que estava trabalhando. A outra opção (contribuição definida) é proporcional à poupança acumulada no período de trabalho.
O valor médio das aposentadorias dos 56.152 aposentados da Previ em 2005 ficou em R$ 5.024,15 mensais, além de R$ 1.460,09 garantidos pela previdência oficial (INSS). Até o ano passado havia apenas 22 aposentados na modalidade "contribuição definida". Ou seja, a renda média do aposentado do Banco do Brasil (R$ 6.484,24), é mais de seis vezes a média da renda média nacional, que ficou abaixo de R$ 1.000,00 no ano passado, pelos dados do IBGE (R$ 988,20). No caso dos pensionistas, o valor médio de 2005 ficou em R$ 3.183,32, complementados por R$ 1.238,71 do INSS, garantindo um total de R$ 4.422,03 mensais. Além de acima da média nacional, os aposentados da Previ têm conseguido manter o seu poder de compra. Desde 1997, quando foi alterado o regulamento do fundo, os benefícios da Previ foram corrigidos em 148,33%. No mesmo período, o reajuste do INSS foi de 95,6%.
O aumento do patrimônio reflete os ganhos que a instituição teve com a privatização de algumas das maiores ex-estatais brasileiras, como o sistema Telebrás (as atuais Telemar, Telefônica, Brasil Telecom e Embratel), siderúrgicas, petroquímicas, além da Companhia Vale do Rio Doce. Na época das privatizações, no governo Fernando Henrique, a Previ muitas vezes ficou mais presente nas páginas policiais dos jornais do que nas páginas econômicas devido ao tumultuado processo de venda das estatais. E durante vários anos esteve envolvida numa disputa com o grupo Opportunity em torno da Brasil Telecom. O fato é que, embora criticada na época, a decisão de participar como compradora do “patrimônio público” trouxe bons dividendos aos associados ao fundo da Previ.
Hoje, o fundo tem participações relevantes em quase 60 grandes empresas nacionais, inclusive alguns gigantes como Vale do Rio Doce, Embraer, Perdigão, Telemar, ALL, entre outras.
Fonte:
Agência de Notícias
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