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Rio luta contra prazos e orçamento para Pan 2007
Rio de Janeiro - Com todos os prazos de entrega de obras descumpridos e um orçamento que não pára de crescer - o custo do Pan-Americano 2007 subiu 13 vezes, de R$ 386 milhões para R$ 5 bilhões -, os organizadores do evento consideram agora como prioridade a liberação das obras na Marina da Glória. Querem, assim, evitar que o Brasil seja o único país-sede em 55 anos de competição a não promover a tradicional disputa da vela.
O Ministério Público Federal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) são contrários às obras na Marina por causa do impacto ambiental e travam na Justiça uma briga com a prefeitura pela não liberação da área para a construção de uma garagem de barcos e de um shopping.
Cinco meses atrás, o Comitê Organizador do Pan (Co-Rio) já temia que os atrasos na Marina só deixariam o local preparado para os competidores de vela em maio, muito próximo do início dos Jogos, em 13 de julho. Com as últimas interrupções - a mais recente ocorreu na quarta-feira, com a ida de policiais federais à Marina -, o assunto voltou a inquietar o comitê.
O Co-Rio nega que haja um plano B para a vela, mas a hipótese não está descartada. O Iate Clube, na Urca, é apontado por alguns velejadores como alternativa e poderia ser utilizado para o Pan em caráter de emergência, desde que passasse também por algumas reformas.
"Há um psicodrama em torno da garagem de barcos. Esse equipamento é exigido no Caderno de Encargos dos Jogos Pan-Americanos para que a Marina da Glória possa receber competições náuticas", disse o secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis, voz destoante no Partido Verde, em defesa do projeto que alteraria a paisagem no parque público.
Velocidade
As obras seguem em ritmo acelerado a 7 meses do Pan. Depois de problemas para a liberação de financiamento da Caixa, no total de R$ 406 milhões, a Vila Pan-Americana está com sete dos seus 16 prédios já em condições de abrigar os atletas. A conclusão das obras no local está prevista para fevereiro. São, ao todo, 1.480 apartamentos.
O Complexo Olímpico do Autódromo de Jacarepaguá, a 3 quilômetros da Vila, é um dos principais centros nervosos dos Jogos - abrigará disputas de basquete, natação, nado sincronizado, ginástica artística, saltos ornamentais e ciclismo de pista. As obras do complexo podem ser consideradas as mais atrasadas: só devem ficar prontas em junho.
No local, a Arena Olímpica, com capacidade para 15 mil pessoas, consumirá R$ 119,2 milhões, e, para evitar novos atrasos no cronograma, o trabalho tem sido realizado todos os dias da semana. No Parque Aquático, com custo de R$ 74,8 milhões, o ritmo também é veloz. A única obra modesta no complexo é o velódromo (R$ 9,8 milhões) - que vai ser construído em 2007.
O Estádio João Havelange, palco do futebol e do atletismo, está em uma fase delicada, com a montagem dos arcos da cobertura. Seu valor pode servir como referência para comparar o salto no orçamento dos Jogos. No lançamento do projeto, em 2003, custaria R$ 166 milhões. Passou para R$ 229,8 milhões, R$ 237 milhões , R$ 305 milhões , R$ 315 milhões e, de acordo com a última estimativa da prefeitura, chegará a R$ 350 milhões.
Responsável pelo Complexo do Maracanã (estádio, Maracanãzinho e Parque Aquático Júlio de Lamare), o engenheiro Sérgio Emilião viu os gastos com reformas no local praticamente triplicarem, de R$ 96 milhões para R$ 250 milhões. O acabamento do complexo só deve ser finalizado em maio. O parque aquático está pronto. O estádio está previsto para ser liberado ainda este mês e o Maracanãzinho, em abril.
Detalhes como pintura e troca de assentos só serão providenciados perto do início dos Jogos. "Senão, teremos de refazer tudo e gastar mais por causa dos maus torcedores", disse Sérgio Emilião.
Custos
O orçamento do Pan, atualizado, conta com R$ 2 bilhões da prefeitura, R$ 1,4 bilhão da União e R$ 310 milhões do Estado. Completam a receita R$ 690 milhões do Co-Rio e investimentos da iniciativa privada.
Essas cifras não incluem determinados gastos com infra-estrutura, como os R$ 628,5 milhões do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara ou os R$ 70 milhões do sistema de monitoramento das ruas por câmeras (220), que o governo do Estado disse ter investido para a realização dos Jogos.
Fonte:
Agência de Notícias
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