Nova rifa do PCC agora sorteia apartamento

São Paulo - O sorteio mensal de apartamentos de dois quartos, no valor de R$ 75 mil, é a grande novidade do bingo do Primeiro Comando da Capital (PCC). Até setembro, eram rifados apenas automóveis e televisores. Os bilhetes com os números são vendidos livremente nas penitenciárias paulistas dominadas pela principal facção criminosa do Estado de São Paulo.

O ganhador do imóvel, no mês passado , foi um preso do Centro de Detenção Provisória 2 (CDP) de Osasco, na Grande São Paulo.

O apostador sortudo desembolsou R$ 45,00. Ele comprou três bilhetes, cada um no valor de R$ 15,00. O apartamento sorteado fica na região central da capital, num local de boa infra-estrutura, perto de bares, lanchonetes, comércio e estações do Metrô. Segundo fontes do sistema prisional, o imóvel está avaliado em R$ 75 mil.

Os bilhetes começaram a ser vendidos no final de setembro. O sorteio foi feito no mês passado e correu pela Loteria Federal. Cada integrante do PCC tem de comprar no mínimo três números. A venda, no entanto, só é permitida em presídios masculinos. A facção criminosa ainda não liberou a rifa nas cinco penitenciárias femininas.

Apenas num complexo prisional da região oeste do Estado, o PCC arrecadou, no mês passado, R$ 54 mil. A maioria dos detentos comprou os três bilhetes exigidos. Alguns apostadores, com mais dinheiro, adquiriram até seis números da rifa, ou seja, desembolsaram R$ 90,00.

A novidade do bingo do PCC, ao sortear apartamentos para seus integrantes, indica que a facção continua unida e articulada. Parte do dinheiro arrecadado é destinada a bancar as despesas com os ônibus que transportam familiares de detentos para os presídios do interior, nos finais de semana, durante as visitas.

Outra parte do dinheiro é usada para comprar cestas básicas e remédios para as famílias carentes dos presidiários. No Dia das Crianças e no Natal, o PCC também compra brinquedos, bolos e doces e ainda sorteia bicicletas para os filhos dos presidiários.

Carros

No primeiro trimestre de 2004, o PCC começou a sortear carros para seus 'associados' nas prisões. Um apostador da Penitenciária Adriano Marrey, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, ganhou um Corsa Sedan, modelo 2001, avaliado na época em R$ 15 mil.

O sorteio correu pela extração de número 3.818 da Loteria Federal, em 20 de março de 2004. Foram distribuídos 5 mil cupons nos presídios paulistas. O ganhador do carro foi um preso conhecido como Tiozinho. Ele comprou o bilhete 49.556. Deu gato na cabeça.