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Nacional
Domingo - 10 de Dezembro de 2006 às 20:25

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As ações de desenvolvimento regional que serão discutidas no processo de elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2008-2011 vão ser embasadas em estudos. Um "diagnóstico territorial" foi encomendado pelo Ministério do Planejamento ao Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) organização social que opera sob supervisão do Ministério de Ciência e Tecnologia.

O estudo mapeará o país e proporá uma carteira de ações para os horizontes de 2011, 2015 e 2027. "Vamos tentar mostrar, geograficamente, como será a distribuição das cidades daqui a 20 anos, onde estará a pobreza que ainda restou, como será a ocupação econômica do país, como estaremos tratando das nossas florestas, como cuidaremos de um excesso de litorialização do desenvolvimento", afirma secretário de Planejamento de Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Ariel Garcia Pares.

O trabalho vem sendo desenvolvido desde setembro pela CGEE, a partir de um núcleo formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp). "A idéia é melhorar a capacidade do Brasil de quebrar as desigualdades e apoiar o potencial de desenvolvimento das regiões de forma a estimular um país mais equânime e mais justo", avalia. Antonio Galvão, coordenador do estudo.

"O Brasil não pode mais se permitir esquecer das mazelas que a desigualdade social e regional produz em seu território", complementa.

A economista Tânia Bacelar, que coordena os estudos na Universidade Federal de Pernambuco e integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, lembra que a regionalização do Plano Plurianual está na Constituição Federal de 1988 mas, segundo ela, os avanços têm sido muito pequenos. "Será muito positivo se realmente se conseguir deixar claro, no conjunto das ações do governo, em que regiões do país elas vão ser realizadas. O país é muito desigual e a tendência é concentrar investimentos nos lugares que têm uma demanda maior. Com isso, se corre o risco de aumentar as desigualdades", avalia.

Segundo Antonio Galão, temas de grande influência sobre os territórios vem sendo tratados em discussões temáticas e setoriais com especialistas de todo o país os debates incluem desde questões demográficas, como fluxos migratórios e imigratórios, até a produção de biocombustíveis e suas implicações. A partir daí, são montadas estratégias territorializadas que levam em conta as identidades culturais, as oportunidades e as potencialidades que cada território oferece.

"Temos a preocupação de juntar informações para oferecer uma carteira de ações importantes para o desenvolvimento territorial brasileiro", resume. "Um estudo como esse talvez seja a pista para retomar o crescimento distribuindo melhor a riqueza pelo território e criando melhores condições de inclusão social para a população", diz Antonio Galvão.

O estudo deve ser concluído entre o final do ano e início de 2007. O calendário do PPA começa em janeiro.





Fonte: Agência Brasil

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