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Internacional
Domingo - 10 de Dezembro de 2006 às 19:12

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O Governo e a oposição na Bolívia conseguiram hoje avanços tímidos nas conversas para resolver a crise que bloqueou a Assembléia Constituinte e que, até agora, é seguida por uma greve de fome de mais de 2.400 pessoas em todo o país.

Os progressos foram alcançados em reuniões lideradas pelo vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, e pelo titular da Câmara de Senadores, Santos Ramírez, disse à Efe o senador Oscar Ortiz, militante da opositora aliança Poder Democrático e Social (Podemos).

Segundo Ortiz, que hoje completou seis dias em greve de fome, as duas partes concordaram em relação às reivindicações dos partidos de oposição ao presidente da Bolívia, Evo Morales, e à necessidade de encontrar uma saída para o conflito.

O Podemos e outros partidos da oposição querem que a Assembléia aprove o novo texto constitucional com a fórmula de votação por dois terços dos 255 integrantes, como previa a lei de convocação, enquanto os socialistas insistem em que deve ser aprovada com a maioria.

"Há um princípio de diálogo. Há um início de diálogo com vários pontos em comum", disse o legislador no Congresso boliviano, onde ele e mais treze senadores do Podemos fazem greve de fome para pressionar o Governo socialista.

Afirmou que ambos têm "interesse de que a Constituinte termine em 6 de agosto de 2007, que seja bem-sucedida e que os resultados do plebiscito sobre a autonomia devem ser respeitados" nas regiões que votaram a favor desse modelo administrativo.

"Também coincidimos em que é necessário encontrar uma solução para o artigo 71" do regulamento interno da Assembléia, disse em alusão ao sistema de votação adotado para a aprovação da nova Constituição, ponto central da discussão que gerou a crise, em novembro.

Enquanto os dirigentes do governista Movimento Ao Socialismo (MAS) analisam os avanços obtidos, Ortiz ressaltou a urgência de resolver o conflito, porque "a democracia e a unidade do país estão em risco", e o Governo "deve avaliar a magnitude da crise".

As conversas entre governistas e opositores acontecem em meio a fortes tensões por causa das advertências dos líderes dos departamentos de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, que disseram que irão pelo caminho da autonomia, mesmo sem a permissão da Constituinte.

Nesses quatro distritos, fazem greve de fome os governadores regionais, os presidentes dos comitês civis, os prefeitos e os empresários alinhados na reivindicação de que o resultado do plebiscito autonomista de julho seja respeitado.

Na sexta-feira, em uma concentração na cidade de Santa Cruz, os líderes desses setores mandaram uma "última mensagem" para Morales, exigindo que aceite a introdução do modelo autônomo nos departamentos que aprovaram a consulta popular.

No encerramento da II Cúpula Sul-Americana, Morales voltou a acusar seus opositores de conspiração contra o Governo, e afirmou que as mudanças iniciadas em janeiro de 2006 não têm volta.

"Os inimigos dos pobres sabem que o ''não'' às autonomias venceu com 58% em nível nacional, porque eles entendem autonomia como divisão da Bolívia, e não haverá nenhuma divisão, nenhuma separação de nossa pátria", respondeu o presidente boliviano.

Apesar das duras posições, está prevista para amanhã a retomada das sessões na Constituinte, na sede na cidade de Sucre (sul).

A diretiva do fórum e os chefes das bancadas políticas fizeram um acordo de reunião prévia para estabelecer a agenda da plenária, na qual está prevista a inserção da reconsideração do polêmico artigo 71.





Fonte: EFE

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