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Sábado - 16 de Março de 2013 às 21:11

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Pela primeira vez no Peru, a multinacional Walt Disney, a marca mundial de entretenimento, assumiu o compromisso de combater o desmatamento, ao comprar US$ 3,5 milhões em créditos de carbono para evitar a destruição de uma floresta na Amazônia peruana.

A área escolhida é a Floresta de Proteção Alto Maio (BPAM), no departamento (estado) de San Martín (nordeste), com 180.000 hectares de extensão, uma região de grande biodiversidade com 23 espécies da fauna e da flora em extinção, e onde vivem 1.500 famílias de camponeses.

"Trata-se da primeira área protegida no Peru e em nível mundial que já está vendendo créditos de carbono para atividades que favoreçam a área protegida", disse à AFP Luis Espinel, diretor da ONG Conservação Internacional (CI), que administra a floresta.

"O objetivo que a Disney compartilha é deter o ritmo de desmatamento nesta área natural protegida, que tem uma das mais altas taxas de desmatamento do país", destacou.

O projeto, iniciado em 2009, foi aprovado este ano pelo Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas (Sernanp) e deu lugar à compra, por parte da Disney, dos créditos de carbono mediante o sistema REC (redução de emissões de carbono), informou à AFP Pedro Gamboa, chefe do Sernanp.

"O montante aportado pela Disney foi de 3,5 milhões de dólares pela aquisição de 437.500 créditos ao preço de oito dólares por crédito, um preço superior ao seu valor no mercado internacional que é de um dólar", acrescentou Gamboa ao destacar que cada crédito equivale a uma tonelada de carbono capturada.

A totalidade dos recursos obtidos é destinada à sustentabilidade financeira da área protegida.

"Com a aquisição de créditos, a Disney de forma voluntária decidiu compensar as emissões de carbono das atividades de entretenimento que realiza em todo o mundo e preferiu fazê-lo em uma área protegida do Peru, onde há população e biodiversidade importante", explicou Espinel, encarregado da CI.

Organismos internacionais certificaram que o desmatamento e a degradação da floresta do Alto Amazonas, provocadas pela entrada de colonos, gera 2,8 milhões de toneladas de carbono em consequência do corte e da queima de árvores por parte de migrantes que chegam dos Andes rumo à selva, disse Espinel.

"Com este projeto evitaram que todo esse volume de carbono seja lançado na atmosfera", acrescentou.

Espinel observou que com a verba aportada pela Disney foram elaborados mecanismos de proteção da floresta, como o fortalecimento do controle e na vigilância com um maior número de guardas e melhora da infraestrutura.

Um componente importante são os acordos de preservação com as famílias camponesas, mediante os quais elas recebem ajuda para melhorar seus plantios, principalmente de café, têm cozinhas melhoradas, ferramentas, cursos de educação ambiental e outros benefícios "sob a condição de que não incorram em desmatar a área protegida".

Além disso, técnicos agrários percorrem a área semanalmente para dar assistência técnica.

"Assinamos 240 acordos com o mesmo número de famílias para se tornarem aliadas no combate às queimadas e à destruição da região", disse.

Gamboa, chefe do Sernanp, enfatizou que "a única forma de proteger a floresta é firmar alianças com as comunidades, dando a elas alternativas técnicas para que possam ter renda e entendam que protegendo a área se beneficiam".

A ONG Conservação Internacional tem um compromisso para agir em Alto Maior por cinco anos, mas o contrato de administração é renovável por 20 anos.

"Se deixarmos a floresta, o desmatamento volta, por isso, depois do acordo com a Disney, procuraremos outras empresas para vender os bônus", afirmou o encarregado da ONU.





Fonte: Terra

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