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Nacional
Sábado - 09 de Dezembro de 2006 às 23:06

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Prestes a assumir o governo do Ceará, Cid Gomes (PSB), 43, afirma que é necessário que o governo federal subsidie o desenvolvimento do Nordeste. Em entrevista à Folha, ele diz que o impacto da desvalorização do dólar na agricultura gerou um efeito anti-Lula no Sul e Sudeste.

FOLHA - A eleição de governadores de partidos de esquerda no Nordeste poderá representar mudanças nas políticas públicas da região? CID GOMES - O efeito Lula no Nordeste foi até mais forte do que na eleição anterior e acabou tendo efeito anti-Lula no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Houve aprovação, aqui, das políticas sociais e, no Sul e Sudeste, uma contestação pelo mau momento da agricultura.

FOLHA - Ciro Gomes afirmou que o baixo crescimento econômico dificultou a reeleição de Lula no primeiro turno. O sr. concorda? CID - Eu cheguei a propor ao presidente a implantação de um dólar exportação, especialmente voltado para a agricultura. Atribuo a não eleição ainda no primeiro turno a essa questão [agricultura]. A desvalorização do dólar impôs custos para a economia exportadora.

FOLHA - Qual sua opinião sobre o impasse entre o governo do Ceará e a Petrobras sobre o fornecimento de gás para a siderúrgica do Pecém? CID - Sou otimista. Tenho convicção de que o presidente sabe da importância desse empreendimento para o Ceará. Se a gente estabelecer as condições de mercado, o Nordeste vai continuar dependente. Tem de fazer subsídios. Você não faz desenvolvimento em regiões pobres sem incentivos.

FOLHA - A Sudene vai ajudar? CID - Sim, mas penso que, na matéria que foi aprovada, os recursos ainda são insuficientes. É preciso pinçar daquele projeto de reforma tributária, que tramita a passos de cágado, o artigo que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional e colocá-lo como um dos recursos que a Sudene possa ter.





Fonte: Folha de S. Paulo

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