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Nacional
Sábado - 09 de Dezembro de 2006 às 18:37

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de Estado boliviano, Evo Morales, retomaram hoje as conversas sobre possíveis investimentos brasileiros na Bolívia, após a crise provocada pela nacionalização dos hidrocarbonetos no país andino, disseram fontes oficiais.

Em reunião bilateral na cidade boliviana de Cochabamba, Lula e Morales discutiram a possibilidade de construir um pólo gás-químico na fronteira - um projeto que estava arquivado -, afirmou o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

"Diria que, pela primeira vez em muito tempo, escuto um interesse renovado da Bolívia no pólo gás-químico, o que é positivo, porque vejo que a agenda de cooperação vai superando a agenda de confronto", disse o chanceler em declarações a jornalistas durante a II Cúpula Sul-Americana.

Amorim se referiu às divergências entre os países causadas pela decisão do Governo de Morales de nacionalizar os hidrocarbonetos, que afetou principalmente a Petrobras.

O chanceler lembrou que, após ter assinado um novo convênio para prospeçcão e exploração de gás e petróleo na Bolívia, a petrolífera brasileira já começou a discutir a possibilidade de fazer novos investimentos no país vizinho.

Segundo o ministro, isso foi proporcionado por um novo ambiente nas relações, no qual "os projetos conjuntos estão sendo muito mais discutidos que os contenciosos".

"Não negociamos mais sob o impacto de uma declaração contundente de um lado ou do outro", disse.

"O presidente da Petrobras (José Sérgio Gabrielli) já disse que o novo cenário político favorece uma boa negociação. Portanto, agora se pensa em algo que não se pensava dois meses atrás: novos investimentos", afirmou.

O chanceler esclareceu que Morales e Lula se abstiveram de discutir na reunião bilateral de hoje o preço do gás vendido pela Bolívia ao Brasil, que os bolivianos querem aumentar o valor significativamente.

"Essa é uma discussão técnica, mas já dissemos que tem que ser um preço justo para o proprietário dos recursos naturais, mas, ao mesmo tempo, um preço que torne o projeto viável", acrescentou.

Segundo Amorim, a Petrobras e a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) deixaram o assunto do preço "um pouco de lado e voltaram a falar até mesmo de investimentos para a ampliação das usinas e das reservas".





Fonte: EFE

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