Ambulante "Case de sucesso" da TelexFree é suspeito de estelionato
A promessa de ganho rápido tão explorada pela empresa TelexFree tem feito muita gente sonhar e se arriscar em um negócio que já é um fenômeno, mas que ainda é pouco esclarecido e que se tornou alvo de investigações de instituições federais pela suspeita de ser um esquema de fraude. Nesta quinta-feira (14), a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda emitiu nota revelando que o negócio da TelexFree possui muitas características de pirâmide, como o pagamento de comissões excessivas e oferta de ganhos rápidos. O parecer do Ministério segue agora para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Nas propagandas da TelexFree aparecem sempre pessoas falando de suas conquistas quando da dedicação ao sistema. “Carros importados, navios, mansões, estória de pessoas que em cinco meses ganharam um milhão de reais, ambulante que adquiriu vários bens, dentre eles uma Ferrari”, explica a promotora Fernanda Pawelec Vieira, da 1ª Promotoria de Lucas do Rio Verde. Ela foi também a primeira a questionar o esquema de todo o Estado, abrindo um inquérito civil para investigar o caso.
A promotora reuniu comentários em blogs, sites e e-mails que foram enviados aos seus cuidados - além de notícias jornalísticas e propagandas que revelavam “cases de sucesso”. O vendedor ambulante Inocêncio Pereira Reis Neto, fala sobre a sua projeção financeira que vai da venda de espetinhos até a aquisição de uma Ferrari Spider.
“Sabendo das minhas investigações, um policial militar de Minas Gerais me acionou e disse que o vendedor ambulante era investigado por estelionato e o carro adquirido por ele, estava sendo financiado – e com contas em atraso – por outro suspeito do mesmo crime que está sob liberdade provisória, só que no Rio Grande do Sul”. Sendo assim, o carro não está inteiramente pago, mas o ex-ambulante disse no vídeo que “comprou o carro”.
A promotora avalia que a nota de esclarecimento do Ministério da Fazenda vai impulsionar as investigações que já acontecem em cinco estados brasileiros, incluindo Mato Grosso. “A Polícia Federal já investigava o caso, mas agora, o Ministério Público Federal também vai”.
“As pessoas que operam neste esquema estão tendo muita resistência, mas estou tentando prevenir para o prejuízo. Ninguém deve pagar para trabalhar. Quer fazer um investimento? Vá a um banco, a uma instituição financeira reconhecida”. De acordo com a promotora, não se pode confiar em uma promessa de ganho rápido, a partir do momento em que começa a aderir. “Esse negócio não tem sustentabilidade, não se baseia na venda de produtos. Só na indicação. E outra, não se sabe de quem vende o plano de telefonia. Por plano se ganha U$ 0,49 e por indicação, U$ 100. É óbvio que vão optar pela segunda opção. Imagine se a pessoa consegue 40 pessoas na rede dela?”
Veja o vídeo: Do espetinho à Ferrari
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