A equipe médica da Federação Internacional de Futebol (Fifa) se mostrou contra a realização da Copa do Mundo de 2022 durante o verão no Catar. O especialista Michel D’Hooghe mostrou a posição em um debate sobre a realização do Mundial no país árido no mês de junho (no verão) ou se deveria ser remarcado para um período de temperaturas mais amenas.
Hooghe lembrou que os treinos e as partidas serão realizadas sob um clima condicionado que não deve ir muito além dos 21º C, mas fez coro pela multidão de fãs e diretores que acompanharão o torneio ao longo dos cerca de 30 dias de realização. "Pessoalmente, acho que seria uma boa ideia se conseguíssemos realizar a Copa em temperaturas melhores do que no auge do verão do Catar", declarou.
A declaração de Hooghe não repercutiu muito bem junto a Joseph Blatter, presidente da Fifa. Segundo ele, trata-se de "um problema sem solução" e que a decisão precisa partir do comitê organizador. Antes, entretanto, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, havia admitido a possibilidade de a Copa de 2022 ser realizada nos primeiros meses do ano, durante o inverno.
"Do ponto de vista médico, posso dizer que estamos preocupados", acrescentou Hooghe. "Temos que pensar na vida, acima de tudo. E este problema será muito maior para as pessoas que acompanharão o Mundial. O público que terá que viajar de cidade em cidade e viver em temperaturas muito elevadas". Durante o verão, a temperatura pode ultrapassar os 40º C no país localizado no Oriente Médio.
A alteração da data da Copa do Mundo de 2022 tem dividido opiniões entre as confederações continentais de futebol. Responsável pela entidade europeia, Michel Platini se mostrou a favor de o torneio ser disputado sob temperaturas amenas.
A Concacaf, que gerencia o esporte nas Américas Central e do Norte e no Caribe, por sua vez, apoia o Mundial durante o verão catariano. Ainda não há sequer uma previsão para que esse imbróglio seja resolvido.
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