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Internacional
Sexta - 08 de Dezembro de 2006 às 20:43

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Os "espaços de diálogo" que o presidente boliviano, Evo Morales, criou para abrir um intercâmbio entre os Governos e os movimentos sociais durante a II Cúpula Sul-Americana realizada em Cochabamba refletiram divergências entre ambas as partes, especialmente em torno do livre-comércio.

Morales, que convocou a Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações e a Cúpula Social ao mesmo tempo, programou sete seminários concluídos hoje, nos quais diferentes autoridades regionais discutiram com os líderes sociais sobre aspectos da integração como livre-comércio, energia, infra-estrutura ou meio ambiente.

Os chamados "Espaços de Diálogo e Intercâmbio", no entanto, mostraram que ambas as partes, apesar de seus firmes compromissos em defesa da integração, pensam diferente sobre como unir a América do Sul, especialmente em torno do livre-comércio.

As diferenças também foram evidentes no diálogo sobre a energia, ao qual só assistiu por parte do governo o secretário de Planejamento do Ministério de Minas e Energia do Brasil, Márcio Zimmerman.

Após expor sua posição sobre a integração energética, na qual se referiu a gasodutos, interconexões de energia elétrica e à expansão dos biocombustíveis, Zimmerman escutou críticas, inclusive hostis, contra as hidroelétricas, os projetos de termoelétricas, as usinas nucleares e a expansão de monoculturas de soja, açúcar e palma para produzir biodiesel.

No diálogo sobre livre-comércio, a defesa oficial deste tipo de acordos esteve a cargo do secretário-geral da Comunidade Andina (CAN), Alfredo Fontes, e do chefe do Escritório de Assuntos Institucionais da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), Jorge Rivero.

Seus argumentos sobre os supostos benefícios do livre-comércio foram duramente rebatidos pelo deputado venezuelano e líder da Confederação Latino-Americana de Organizações Camponesas (Cloc), Braulio Álvarez.

Fontes destacou que a CAN, graças a seus avanços, a sua estrutura institucional e aos acordos com outros países, tem muito para ajudar no livre-comércio na América do Sul.

Rivero ressaltou que o comércio dentro dos países sul-americanos saltou de US$ 12 bilhões em 1980 para cerca de US$ 96 bilhões no ano passado e acrescentou que o número poderá aumentar ainda mais com a criação de uma área de livre-comércio em toda a região.

Álvarez assegurou que os países da região já avançaram em acordos de livre-comércio sem benefícios sociais e acrescentou que todos prejudicaram os camponeses, que, segundo sua opinião, não têm condições para competir em um mundo globalizado.





Fonte: EFE

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