Bush não aceitará todas as propostas de relatório sobre Iraque

A Casa Branca negou na sexta-feira a solicitação do ex-secretário de estado americano, James Baker, para que suas recomendações sobre o Iraque fossem adotadas por inteiro e disse que o presidente George W. Bush estava considerando várias propostas para as mudanças em curso.

Os democratas, que tomarão o controle do Congresso norte-americano em janeiro, fizeram pressão sobre Bush para uma grande mudança após se encontrarem com o presidente na Casa Branca, juntamente com os republicanos.

"Alguém precisa levar a mensagem a este homem", disse o senador democrata de Nevada, Harry Reid, próximo líder da maioria na bancada do Senado. Reid elogiou o trabalho do Grupo de Estudos do Iraque, que divulgou relatório na última quarta-feira.

Em declaração dada na quinta-feira ao Comitê de Serviços Armados do Senado, Baker insistiu que o Congresso aceitasse a maioria, senão todas, as 79 recomendações como parte de uma estratégia abrangente e sugeriu que Bush fizesse o mesmo.

"Espero que não tratemos isso como uma salada de frutas, dizendo ''gosto disso, mas não gosto daquilo"'', disse Baker.

Mas a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, afirmou que o relatório do grupo, liderado por Baker e pelo ex-congressista democrata Lee Hamilton, seria levado em consideração juntamente com avaliações feitas pelo Pentágono, o Departamento de Estado e o Conselho Nacional de Segurança.

O objetivo de Bush é delinear uma mudança nos rumos em um discurso a ser realizado antes do Natal. Ele respondeu com indiferença a duas recomendações essenciais ¿ negociações com o Irã e a Síria e a remoção das tropas até o início de 2008.

"Entendo que o comentário do secretário Baker ontem sobre a salada de frutas descreve, na minha opinião, como eles se sentem sobre isso; no entanto, não creio que o presidente considere (as recomendações) como algum tipo de comida", disse ela.

"Acredito que ele vá digerir, apesar disso, e gastará o tempo que for necessário para saber como deve prosseguir."

O apoio americano à maneira como Bush conduz a guerra continua a cair. Uma pesquisa da AP-Ipsos realizada no início desta semana descobriu que apenas 27 por cento da população norte-americana aprovava o modo como Bush lida com o Iraque, número menor do que os 31 por cento levantados anteriormente, em novembro.

Perino insistiu que Bush está aberto a novas recomendações do quadro bipartidário. No entanto, o presidente norte-americano rejeitou na quinta-feira a proposta de conversas diretas com a Síria e com o Irã.