Malária ajuda a disseminar Aids, diz estudo
Quando as pessoas que têm Aids contraem malária, ocorre um aumento na quantidade do vírus HIV no sangue, o que faz com que seja mais provável que estas pessoas infectem seus parceiros.
Por outro lado, pessoas enfraquecidas pelo HIV têm mais probabilidade de serem contaminadas pela malária.
As duas doenças são as maiores causadores de mortes na África.
Aumento viral
Cientistas, estudando a rápida disseminação do HIV na cidade de Kisumu, no Quênia, descobriram que a disseminação do vírus da Aids estava acontecendo mais rápido do que se espera, em comparação com quadros em que há comportamento sexual de alto risco.
Os pesquisadores estudaram a ligação da doença com a malária, que é predominante na região.
Eles acreditam que, já que a malária pode multiplicar em dez vezes a carga viral de HIV - a quantidade de vírus no sangue de uma pessoa infectada -, as chances de transmissão do vírus para um parceiro sexual são maiores.
"Este co-fator biológico induzido pela malária contribuiu de forma considerável para a disseminação do HIV aumentando a probabilidade de transmissão do vírus por cada relação sexual", disse Laith Abu-Raddad, um dos autores do estudo, realizado pelo Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson e da Universidade de Washington.
"O enfraquecimento do sistema imunológico pela infecção pelo HIV foi a causa do aumento da taxa de infecção por malária entre adultos e pode ter facilitado a expansão da malária na África", disse outro autor do estudo, James Kublin.
Os cientistas estimam que dezenas de milhares de infecções por HIV - talvez 5% do total - e milhões de casos de malária - talvez 10% deles - podem ter origem nesta infecção conjunta.
Os cientistas afirmam que suas descobertas têm significados importantes para as campanhas de saúde pública - destacando a necessidade das autoridades na África subsaariana enfrentarem as duas doenças ao mesmo tempo.
Os pesquisadores afirmam que sua descoberta também mostra que outros fatores podem influenciar a disseminação do HIV.
Kublin acrescentou que há suspeitas de que herpes genital e tuberculose também aumentam as chances de infecção.
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